Por Wagner Albuquerque
Levantamento da Folha, com base em dados de secretarias estaduais, revela que 56.924 detentos foram beneficiados com a saída temporária no final de 2023, conhecida como “saidinha” de Natal. Dentre esses, 2.741 presos (4,8%) não retornaram às prisões.
Estados como Acre, Alagoas, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte e Tocantins afirmaram não ter concedido o benefício. A Bahia não respondeu à solicitação da reportagem.
O Rio de Janeiro lidera em presos que não retornaram ao sistema prisional, com 14%, seguido por Pará (12%) e Ceará (9%). São Paulo registrou o maior número absoluto de presos beneficiados com a saidinha, totalizando 34.547, dos quais 1.566 (5%) não retornaram.
Em resposta à preocupação com a segurança pública, especialmente após o assassinato de três policiais militares em Minas Gerais e São Paulo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou a possibilidade de alteração ou extinção da norma que garante a saída temporária em datas comemorativas.
O senador expressou indignação com o assassinato do sargento Roger Dias da Cunha, vítima de um criminoso que não retornou ao presídio após a saidinha de fim de ano em Belo Horizonte. Pacheco ressaltou a necessidade de mudanças nas Leis Penal e de Execução Penal. O caso levantou debates sobre os riscos associados às saídas temporárias de presos, destacados em reportagem da revista Crusoé assinada por Carlos Graieb e Wilson Lima.