É com grande interesse que observo a atual visita do presidente Xi Jinping à Europa, um acontecimento que ocorre em meio a um contexto geopolítico cada vez mais complexo. Desde sua última viagem em 2019, muitas mudanças ocorreram, trazendo à tona uma série de novos desafios e oportunidades nas relações sino-europeias.
Iniciando sua jornada na França, o presidente Xi se depara com um cenário diplomático delicado. Embora o presidente Macron tenha destacado a importância da cooperação global, é evidente que as tensões comerciais e as preocupações com direitos humanos moldam o tom das conversas. No entanto, é interessante notar a suposta amizade entre Xi e Macron, levantando questões sobre possíveis alianças estratégicas.
À medida que a visita continua pela Sérvia e Hungria, surgem novas nuances nas relações regionais e internacionais. Enquanto a Sérvia reflete sobre seu passado conturbado com os EUA, a Hungria apresenta uma relação ambígua com a UE, que pode servir aos interesses estratégicos da China.
Entretanto, não podemos ignorar os desafios comerciais e ambientais que cercam os investimentos chineses na Europa. A investigação da UE sobre os subsídios chineses para veículos elétricos e as preocupações com a influência chinesa em questões ambientais destacam a complexidade dessas relações.
Além disso, a suposta amizade entre Xi e Macron levanta questões intrigantes sobre os interesses políticos por trás dessa relação. Seria Macron um agente chinês disfarçado, ou essa amizade é simplesmente uma jogada diplomática?
Eu me lembro que em 2019 e começo de 2020 muitos países, empresas e pessoas físicas estavam comprando ouro, o que para muitos ascendeu um alerta, o que esses países, empresas e milionários sabem que o povo comum não sabe? Então veio a pandemia da COVID-19 e para muitos teóricos da conspiração (ou realidade?) foi um prato cheio.
Pois bem, o ano é 2024 e após todo rebuliço causado pela pandemia, a China (país em que "surgiu" o vírus SARS-CoV-2) está comprando ouro 'a beça'. Em minha análise recente, percebo um movimento significativo nos mercados globais: o ouro, tradicionalmente visto como um refúgio em tempos de incerteza, está novamente em foco. Enquanto o mundo enfrenta tensões no Oriente Médio, na Ucrânia e até mesmo na America Latina, fatores que têm impulsionado fortemente os preços.
Enquanto isso, o Banco Popular da China (PBC) tem adotado uma estratégia agressiva, adquirindo grandes volumes de ouro. Esse comportamento não passou despercebido, influenciando decisões de outros bancos centrais, especialmente os de mercados emergentes. Mas a pergunta que não quer calar é: por que a China está tão interessada em acumular ouro?
O Banco Popular da China (PBC) vem consistentemente ampliando suas reservas de ouro nos últimos 16 meses, conforme relatado pelo Conselho Mundial do Ouro, entidade com sede no Reino Unido. Em 2023, o PBC adquiriu mais ouro do que todos os outros bancos centrais juntos.
Os números são impressionantes. No ano passado, a China comprou 225 toneladas métricas de ouro, o que representa quase um quarto das 1.037 toneladas adquiridas globalmente pelos bancos centrais. E os dados mais recentes são igualmente reveladores: somente em janeiro e fevereiro deste ano, o PBC aumentou suas reservas em 22 toneladas, conforme destacado por Krishan Gopaul, analista sênior do Conselho Mundial do Ouro.
Com essa recente aquisição, o banco central chinês agora detém cerca de 2.257 toneladas de ouro em seus cofres.
Mas qual é o significado por trás dessa estratégia? A resposta pode estar na tentativa da China de reduzir sua dependência do dólar americano. Embora o dólar seja a moeda dominante no comércio global e nas reservas cambiais chinesas, Pequim tem buscado diversificar suas reservas, diminuindo gradualmente sua participação em dólares, que caiu para cerca de 800 bilhões de dólares desde 2011, de acordo com dados dos EUA.
Essa estratégia de diversificação alinha-se com os objetivos de outros países do Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Este grupo, que tem o potencial de dominar a economia global até 2050, já discutiu a possibilidade de criar uma moeda comum no futuro, o que poderia representar um desafio ao status do dólar como moeda de reserva mundial.
E se for algo maior, uma invasão a Taiwan ou um novo vírus surgindo? Tudo é possível em se tratando de China. O fato é que ter reserva em ouro protege um país de qualquer turbulência mundial, pois o ouro sempre será considerado valioso.