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11 de julho de 2024

Querofobia: O medo de ser feliz tem nome; Conheça as principais causas e sintomas

O olhar triste e distante pode ser um sintoma da querofobia - Foto: Reprodução

Numa sociedade cada vez mais imediatista, consumista e hedonista em que vivemos, onde o prazer sempre vem em primeiro lugar, a felicidade é frequentemente considerada o objetivo máximo a ser alcançado. Espera-se que para ter sucesso, todos têm que ter um bom emprego, um parceiro amoroso, uma casa própria e façam atividades prazerosas, como viagens e festas, para atingir a 'tal felicidade'. No entanto, algumas pessoas simplesmente ignoram tudo isso e experimentam o oposto: a felicidade não é um objetivo, mas sim algo a ser evitado. Este fenômeno é conhecido como 'querofobia', ou seja, "o medo da felicidade".

O que é querofobia?

Querofobia, derivada do grego “kairós” (alegria) e “fóbos” (medo), é uma condição na qual indivíduos deliberadamente evitam situações que poderiam trazer felicidade ou emoções positivas. Diferente da depressão, onde a felicidade é ausente, a querofobia envolve uma fuga ativa da felicidade.

Cultura da felicidade e querofobia

A percepção da felicidade varia significativamente entre culturas. Um estudo publicado no Journal of Happiness Studies revelou que culturas da Ásia Oriental frequentemente veem a felicidade como superficial ou algo que pode causar inveja e sofrimento nos outros. Nestas culturas, demonstrar felicidade pode ser visto como insensível ou como uma forma de atrair má sorte. Em contraste, as sociedades ocidentais tendem a valorizar a busca individual pela felicidade como um sinal de sucesso pessoal.

Portanto, buscar felicidade e demonstrar essa busca é também uma questão cultural e, em certa medida, pessoal e subjetiva. Não constitui um problema, a priori, se pensarmos que as pessoas têm o direito de serem quem são, e não robozinhos replicadores de modos de viver. Em outras palavras, ninguém é obrigado a sorrir o tempo todo, mas nossa cultura ocidental nos “obriga” a isso, simplesmente penalizando os infelizes e favorecendo os alegrões.

Contudo, há de se dizer que, quando a aversão à felicidade começa a prejudicar a qualidade de vida de uma pessoa, afetando suas relações sociais, familiares e profissionais, ela pode ser considerada uma condição clínica a ser tratada. Embora o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ainda não tenha listado a querofobia como um transtorno mental oficial, alguns profissionais de saúde mental a classificam como uma forma de transtorno de ansiedade.

Sintomas da querofobia

Os sintomas da querofobia podem incluir:

  • Ansiedade ao pensar em participar de eventos sociais.
  • Recusa de oportunidades que poderiam levar a mudanças positivas.
  • Evitação de atividades que proporcionam prazer.
  • Pensamentos de que a felicidade levará a algo ruim.
  • Recusa em experimentar novas oportunidades, novos relacionamentos, novas experiências de vida.

Esses comportamentos muitas vezes resultam de crenças como “a felicidade me tornará vulnerável”, “algo ruim acontecerá se eu for feliz” ou então “a felicidade dura pouco, melhor nem experimentar.”

As causas da querofobia

Você deve estar se perguntando: mas por que raios alguém teria medo de ser feliz, se para a maioria, ser feliz é a melhor coisa do mundo? As causas da querofobia podem ser diversas:

  • Experiências traumáticas: Um evento doloroso no passado pode levar à crença de que a felicidade sempre será seguida de sofrimento.
  • Perfeccionismo: Indivíduos perfeccionistas podem ver a felicidade como uma distração das suas metas e padrões elevados.
  • Introversão: Pessoas introvertidas podem evitar situações sociais que envolvam felicidade devido ao desconforto que sentem nesses contextos.

Pensamentos comuns que podem passar na cabeça de uma pessoa com querofobia podem ser:

  • “Demonstrar felicidade é ridículo.”
  • “É impossível ser feliz nesse mundo horrível.”
  • “Ser feliz é um desrespeito às pessoas que sofrem.”
  • “A felicidade causa estupidez no homem.”
  • “Tentar ser feliz é perda de tempo.”
  • “Depois da bonança vem sempre a tempestade.”

Tratamento da querofobia

Embora não haja um tratamento específico para a querofobia, várias abordagens terapêuticas podem ser eficazes:

  • Psicanálise: Ajuda a pessoa a entender por quais motivos ela evita a felicidade, qual é o ganho secundário nessa evitação, quais são as crenças que limitam a possibilidade de ser feliz.
  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Ajuda a identificar e a modificar crenças disfuncionais sobre a felicidade.
  • Estratégias de relaxamento: Técnicas como meditação e mindfulness podem reduzir a ansiedade associada à felicidade.
  • Exposição gradual: Envolver-se gradualmente em atividades que trazem felicidade pode ajudar a reduzir o medo de experiências positivas.

Conclusão

A querofobia, embora não seja amplamente conhecida, é uma condição que pode afetar profundamente a qualidade de vida de uma pessoa. Entender suas causas e sintomas é o primeiro passo para lidar com o medo de viver uma vida prazerosa. Através de terapias adequadas e de uma compreensão mais profunda sobre as próprias crenças e comportamentos, é possível superar a aversão à felicidade e descobrir o valor das emoções positivas.

Fonte: greenMe!

06 de julho de 2024

A política energética do Brasil e a penalização constante do consumidor

O Brasil alcançou um marco significativo no primeiro trimestre de 2023, registrando a maior produção de energia limpa dos últimos 12 anos. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mais de 90% da energia gerada e utilizada pela sociedade brasileira foi proveniente de fontes renováveis como: hidráulica, eólica, biomassa e solar, algo que não acontecia desde 2011. No entanto, essa conquista não se reflete em benefícios para os consumidores, que continuam a enfrentar tarifas de energia cada vez mais elevadas.

Apesar de se destacar na produção de energia limpa, a realidade enfrentada pelo consumidor brasileiro é de tarifas cada vez mais elevada. Essa contradição levanta questões sobre a justiça e a eficácia da política energética do país.

Como é possível que, com tanta produção de energia limpa e barata, o consumidor seja constantemente sobrecarregado? Até quando o brasileiro será penalizado? Quando os benefícios dessas fontes de energia se refletirão em tarifas mais baixas?

A contradição das tarifas altas

Mesmo com a expansão de parques eólicos e solares, a notícia de que as tarifas podem aumentar até 13% devido a novos subsídios ao setor é alarmante. Projetos de lei no Congresso Nacional, que deveriam incentivar a energia renovável, acabam sobrecarregando ainda mais os consumidores. Estimativas indicam que essas propostas podem adicionar R$ 28,9 bilhões anuais às tarifas, sem considerar a necessidade de investimentos em segurança e adaptação do sistema elétrico interligado.

Interesses específicos e carga insustentável

Especialistas criticam que os projetos de lei (PLs) não atendem às necessidades reais do setor de energia, mas sim a interesses regionais e de grupos específicos. O impacto desses projetos, como o das eólicas offshore e o PL 624, que trata da microgeração distribuída para a população de baixa renda, pode levar a aumentos estruturais nas tarifas até 2050. A contratação compulsória de fontes energéticas desnecessárias e a ampliação de subsídios para usinas de fontes renováveis são apontadas como medidas que oneram todos os consumidores.

Bandeira amarela e tarifas em alta

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a vigência da bandeira amarela, devido à previsão de chuvas abaixo da média e ao crescimento do consumo, resultando em um aumento médio de 5,6% nas contas de luz das 52 concessionárias do país. Esse aumento se soma ao impacto dos subsídios e às contratações compulsórias previstas nos novos projetos de lei, criando uma carga insustentável para os consumidores.

A falta de benefícios para o consumidor

Enquanto o Brasil se orgulha de suas conquistas em energia limpa, os consumidores não veem os benefícios prometidos. A sobrecarga de subsídios e a falta de um planejamento eficaz resultam em tarifas cada vez mais altas, sufocando os brasileiros já pressionados por uma carga tributária elevada. Políticas públicas deveriam ser financiadas pelo caixa da União, e não pelos consumidores do setor elétrico. Os subsídios, quando necessários, devem ser pontuais e não permanentes, para evitar a sobrecarga nas contas de energia.

A necessidade de revisão estrutural

O setor elétrico brasileiro precisa de uma revisão estrutural que reduza os subsídios e promova eficiência. A energia furtada no Brasil supera a geração da usina de Belo Monte, a segunda maior hidrelétrica do país, demonstrando a necessidade de priorizar o planejamento e a eficiência. Sem uma abordagem sistêmica e a redução de subsídios desnecessários, o setor continuará a penalizar injustamente o consumidor, impedindo que ele usufrua dos benefícios de uma energia limpa e acessível.

Conclusão

A política energética do Brasil precisa ser reformulada para garantir que os consumidores não sejam continuamente penalizados por tarifas altas e injustas. O avanço em energias renováveis deve se traduzir em benefícios reais para a população, com tarifas mais baixas e uma distribuição justa dos custos. Somente assim, o Brasil poderá aproveitar plenamente seu potencial energético, beneficiando tanto a economia quanto o cidadão.

16 de junho de 2024

Da prosperidade à pobreza: A decadência da indústria açucareira cubana após seis décadas de socialismo

A produção de açúcar de Cuba e a menor em 120 anos - Foto: Reprodução

Não dá para entender a degradação social, política e econômica de Cuba sem avaliar todo o processo de implantação do sistema socialita com a instalação da mais longeva ditadura das Américas. A Revolução Cubana, ocorrida no Reveillon de 1959, depôs o presidente Fulgêncio Batista e inicialmente prometeu "liberdade e prosperidade para o pequeno país caribenho".

No entanto, ao longo de 65 anos, os líderes revolucionários implantaram uma ditadura cruel e sanguinária que resultou na expulsão e execução de muitos contra-revolucionários, incluindo idosos, crianças e adolescentes. Cuba, que antes era um país próspero e independente na América Central, mergulhou em uma decadência sem precedentes na história americana.

A liberdade pregada pelos 'revolucionário' resultou na maior repressão de direitos da história de Cuba - Foto: Reprodução

Após a rejeição pelos Estados Unidos do golpe de Estado e da apropriação de propriedades e indústrias americanas na Ilha, o governo cubano se voltou para a antiga União Soviética, que passou a comprar açúcar e rum cubanos e a financiar dos 'revolucionários'. A dependência de Cuba dos soviéticos trouxe alívio inicial, mas deteriorou-se rapidamente com o fim dos subsídios após o colapso do regime soviético.

Localizado no golfo do México, próximo a Miami, e tendo os EUA como inimigos imperialistas, Cuba enfrentou um bloqueio econômico significativo de boa parte dos Estados Americanos, que eram seus grandes parceiros comerciais. Isso levou a uma gradual deterioração da economia cubana, dependendo da ajuda de países socialistas na América Latina.

A produção de 8 milhões de toneladas de açúcar caiu para 350 mil toneladas em 2023 - Foto: Reprodução

A relação entre Cuba e Estados Unidos deteriorou-se definitivamente durante a Crise dos Mísseis, levando à expulsão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA) e à imposição de um embargo pelos Estados Unidos contra Cuba.

Ao longo de mais de seis décadas, o regime socialista impôs uma severa retração econômica, suprimindo a liberdade de opinião e de imprensa, além de atacar os direitos fundamentais do povo cubano. Atualmente, a decadência e a miséria que assolam o país são evidentes, revelando ao mundo os impactos devastadores que o comunismo provocou na Ilha.

A expectativa é de que a produção cubana de açúcar seja menor que a demanda interna - Foto: Reprodução

Esta análise crítica da situação econômica de Cuba foca principalmente na crise da indústria açucareira, que historicamente foi vital para a economia cubana. Aqui estão alguns pontos-chave destacados:

  1. História da indústria açucareira: Cuba já foi um dos maiores produtores de açúcar do mundo, com pico de produção de oito milhões de toneladas em 1990. A queda começou com o colapso da União Soviética em 1991, que interrompeu os subsídios econômicos que Cuba recebia, afetando severamente a economia.
  2. Impacto do bloqueio econômico: Os Estados Unidos impuseram um embargo econômico a Cuba, o que limitou severamente suas exportações, incluindo o açúcar. Isso contribuiu significativamente para a redução das refinarias de açúcar na ilha castrista, de 156 para 61 entre 2002 e 2004, resultando na perda de mais de 100.000 empregos diretos.
  3. Atual situação crítica: Atualmente, a produção de açúcar em Cuba está em um dos níveis mais baixos da história, com apenas 350.000 toneladas produzidas em um ano recente. A pandemia de COVID 19 exacerbou os problemas, mas o embargo dos EUA continua sendo um fator decisivo na situação econômica do país (entendamos que o embargo se dá mais pelo fato de Cuba não costumar cumprir os compromissos e acordos comerciais).
  4. Impacto na economia e no povo: A queda na produção de açúcar não afeta apenas o setor alimentício, mas também a produção de rum, outro produto importante para a economia cubana. A falta de açúcar não apenas prejudica a capacidade de exportação do país, mas também compromete a demanda interna e a produção de outros bens derivados.
  5. Perspectivas futuras: A crise atual na indústria açucareira indica um desafio significativo para a recuperação econômica de Cuba. Especialistas como Omar Everleny apontam para a necessidade de importação de açúcar, o que pode ter ramificações negativas adicionais para a economia.

Em resumo, o colapso da indústria açucareira é emblemático da crise econômica mais ampla enfrentada por Cuba. A dependência histórica desse setor e as pressões econômicas externas, como o embargo dos EUA, exacerbaram os desafios econômicos do país, afetando profundamente seu desenvolvimento e bem-estar social.

07 de junho de 2024

A falta de dinheiro em caixa, leva governo à China, com o pires na mão, em busca de recursos para alavancar obras do PAC e estimular o PIB

Está cada vez mais difícil entender e aceitar o descontrole fiscal e a falta de recursos do governo brasileiro. Apesar do aumento significativo de impostos e a arrecadação recorde em 2023, onde, as receitas administradas pela RFB somaram R$ 2,204 trilhões (ante R$ 2,085 trilhões, em 2022, resultando em alta real de 1,02%) e as receitas administradas por outros órgãos alcançaram R$ 113,686 bilhões (frente R$ 132,505 bilhões, em 2022), considerando preços correntes, o governo foi à China em busca de recursos.

O Brasil busca junto aos chineses, financiamento para bancar as obras do PAC. Isso causa estranheza, considerando que o governo brasileiro tem historicamente financiado ditaduras amigas na América do Sul, e o BNDES continua a atender essas demandas. Mas, afinal, por que o Brasil recorreu aos chineses em busca de empréstimo? Quais garantias o país oferece à China? E a pergunta que não quer calar: o Brasil quebrou? Entenda:

A situação fiscal do governo brasileiro

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta restrições orçamentárias, mesmo após aumentar a arrecadação por meio da criação de novos tributos, de novas regras tributárias e extinção de benefícios fiscais. Com pouca disposição para adotar políticas de austeridade ou reduzir o tamanho do governo, Lula busca financiamento externo, especialmente da China, o maior parceiro comercial do Brasil.

Uma comitiva ministerial diversificada visitou a China, encerrando a agenda oficial nesta sexta-feira, 7 de junho. Além de buscar cooperação bilateral, a viagem tinha como objetivo concretizar um plano desenvolvimentista. Analistas indicam que a comitiva, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), levava a preocupação do governo com os obstáculos financeiros e burocráticos para alavancar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a economia brasileira.

A relação com a China

A missão ministerial buscava fortalecer laços e abrir mercados para produtos brasileiros. No entanto, os resultados tendem a ficar aquém do esperado devido às limitações legais no Brasil e ao modo de negociar bem peculiar da China, que prioriza retornos concretos a longo prazo.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, apresentou a carteira de projetos do governo, especialmente do PAC, em reuniões com empresários chineses. O destaque da viagem foi a formalização de um empréstimo de R$ 5,7 bilhões para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul, anunciado em maio pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos Brics, que tem à frente a ex-presidente Dilma Rousseff.

Em 2023, o governo estimava receber US$ 50 bilhões em investimentos chineses, uma expectativa não concretizada até agora. A missão ministerial representa mais uma tentativa de atrair investimentos diretos da China para compensar a falta de recursos próprios do governo. É que a conta não fecha.

Desafios e consequências

À Gazeta do Povo, o analista financeiro VanDyck Silveira aponta que o governo recorre à China devido à falta de espaço orçamentário, apesar de um crescimento econômico médio de 2,5% ao ano. O déficit fiscal nominal de 10% impulsiona a dívida pública, e o governo continua gastando sem critérios, o que pode levar a um desastre econômico.

Ismar Becker, conselheiro de empresas, também disse à GP, que vê a missão ministerial na China como um sinal da encruzilhada fiscal enfrentada por Lula. O governo não terá recursos para gastos não-obrigatórios a partir de 2026, conforme revelou a ministra Simone Tebet (Planejamento).

Cuidados com os empréstimos chineses

Marcio Coimbra, presidente do Instituto Monitor da Democracia, foi outro ouvido pela Gazeta. Ele destaca que o Brasil precisa tomar cuidado com os empréstimos chineses para não cair em armadilhas de dívida. Ele sugere que o governo deve avaliar cuidadosamente as condições contratuais e a origem dos recursos para evitar dependência de um só investidor e garantir a qualidade dos negócios.

Rodrigo Arruda, advogado especializado em energia, considera inevitável que o Brasil negocie parcerias com a China devido à sua posição estratégica e econômica global. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas ocupa apenas a oitava posição como investidor direto. A China oferece tecnologia de qualidade a custos acessíveis, mas o Brasil deve prestar atenção ao retorno saudável desses investimentos.

Busca por apoio internacional

Em busca de recursos externos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), buscou apoio internacional para a taxação global dos bilionários. Ele se encontrou com o papa Francisco e o ministro espanhol Carlos Cuerpo para discutir a proposta de taxação dos super-ricos, apresentada ao G20. França, Espanha, Alemanha e África do Sul já sinalizaram apoio à ideia de que os super-ricos paguem impostos anuais de pelo menos 2% de sua riqueza total.

Conclusão

O governo brasileiro enfrenta um cenário fiscal desafiador, buscando apoio externo para financiar projetos e estimular o crescimento econômico. A parceria com a China é uma alternativa, mas exige cautela para evitar dependência e garantir retornos positivos. A busca por uma taxação global dos bilionários também reflete a necessidade de encontrar novas fontes de recursos para enfrentar as restrições orçamentárias.

Entrentando todo esse esforço pode resulta em vão, caso o goverrno federal não faça o dever de casa e o ministro Haddad não ponha o pé nos freios dos gastos do governo. Qualque cidadão sabe que não se pode alcançar o equilíbrio fiscal e financeiro sem controle de gastos. O Brasil precisa para de se apequenhar diante do mundo.

31 de maio de 2024

Marcha para Jesus: Milhões nas ruas, zero na mídia – Um retrato da parcialidade midiática no PI

É realmente surpreendente o descaso da grande mídia em relação a um evento que não apenas está se tornando uma tradição, mas que também reúne milhões de participantes a cada ano. Hoje em dia, a Marcha para Jesus deixou de ser exclusivamente um evento do povo evangélico e passou a agregar o povo cristão brasileiro como um todo. Isso, sem dúvida, deveria ser motivo de atenção por parte da mídia, mas, estranhamente, ao contrário de anos anteriores, agora parece ser ignorado.

Enquanto o Carnaval, conhecido como a "festa da carne", para o país e atrai multidões em eventos em todo o território nacional, outras manifestações como a Marcha das Vadias, a Parada Gay e até mesmo a Marcha da Maconha recebem destaque na mídia, mesmo que em menor escala. Fotos e vídeos desses eventos circulam amplamente na internet e na mídia tradicional, enquanto a Marcha para Jesus 2024, um evento de grande relevância para milhões de brasileiros, é praticamente ignorada.

É intrigante observar como a mídia, muitas vezes rotulada como "progressista", parece espetacularizar apenas agendas que se alinham com uma visão particular de progresso, enquanto despreza pautas conservadoras, especialmente relacionadas aos costumes, à família e à religiosidade. Considerando que o Brasil é uma das maiores nações cristãs do Ocidente, seria de se esperar um mínimo de cobertura desses eventos que são tão significativos para uma parcela importante da população.

A ausência de reportagens sobre a Marcha para Jesus é alarmante, especialmente quando se considera a magnitude do evento e o número de participantes. A manifestação ocorreu de forma pacífica e sem incidentes, demonstrando a devoção e a fé de milhões de brasileiros, mas parece não ter despertado o interesse da mídia tradicional.

Diante disso, é inevitável questionar os critérios de cobertura da mídia e se a falta de atenção dada à Marcha para Jesus está relacionada à sua natureza religiosa e conservadora. Essa ausência de cobertura levanta questões sobre a imparcialidade e a diversidade de vozes na mídia brasileira, deixando claro que há um viés evidente na seleção das pautas que são consideradas relevantes para a sociedade.

26 de maio de 2024

Do crime às urnas: PCC investe milhões em frota aérea para domínio político no Brasil

"O Brasil não é um país sério", geralmente atribuída ao ex-presidente francês, Charles André Joseph Marie de Gaulle, foi originalmente proferida como "Edgar, le Brésil n'ont è pas un pays sérieux" pelo diplomata brasileiro Carlos Alves de Souza Filho ao jornalista Luís Edgar de Andrade, durante o incidente diplomático conhecido como Guerra da Lagosta. Naquela época, tal afirmação refletia a insatisfação do Brasil com a França.

Hoje, porém, essa frase adquire novos significados diante do cenário complexo em que o país se encontra. Não se trata mais apenas de uma questão diplomática, mas de uma realidade interna marcada por desafios profundos.

A ascensão do crime organizado, representada pelo Primeiro Comando da Capital - PCC, é um exemplo claro dessa transformação. Além do controle sobre mais de mil e cem postos de combustíveis, segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e até usinas de etanol, o grupo expandiu seus horizontes para o mundo dos negócios aéreos, adquirindo jatinhos e helicópteros de luxo, avaliados em mais de US$ 30 milhões – cerca de R$ 160 milhões. É o que afirma Leandro Mazzini, colunista da revista Isto É.

Essa "mini frota aérea" não é apenas um símbolo de poder e riqueza para os membros do PCC. Ela também revela uma conexão 'cabulosa' e preocupante entre o crime organizado e a política. Investigadores descobriram que políticos de diferentes partidos têm utilizado essas aeronaves, o que levanta questões sérias sobre a integridade do sistema político brasileiro.

O PCC demonstra uma ousadia surpreendente ao investir nessa esfera política. A estratégia é clara: usar essas aeronaves como ferramentas de influência, aproximando-se de líderes partidários e preparando o terreno para lançar candidatos próprios em importantes eleições municipais.

Essa conjuntura revela não apenas os desafios enfrentados pelo Brasil, mas também a necessidade urgente de uma resposta eficaz e coordenada por parte das autoridades. Enquanto o país lida com questões como corrupção, crime organizado e desigualdade social, a frase "O Brasil não é um país sério" ganha uma nova dimensão, ecoando as complexidades de uma nação em busca de sua identidade e estabilidade política, econômica, social e sobretudo moral.

11 de maio de 2024

O gaúcho é antes de tudo um forte!

A tragédia que assola o Rio Grande do Sul já ceifou 126 vidas e continua a cobrar seu preço a cada dia. Os socorristas, em sua maioria voluntários, estão mobilizados na maior operação de resgate da história da República, encontrando corpos a cada instante. O trabalho dessa legião de ‘heróis anônimos’ tem sido fundamental para evitar que o desastre climático resulte em mais perdas, mais mortes. Desde o início das enchentes, eles têm agido com destemor.

Esta é a cena mais comum nos últimos dias no RS, o povo salvando o povo e também os animais perdidos nas enchentes - Foto

Não há como calcular o número exato de vidas salvas pela ação imediata de jipeiros, proprietários de lanchas, jetskis e pequenas embarcações, pescadores e profissionais de diversas áreas, motivados apenas pelo desejo de ajudar, de salvar vidas. Eles não hesitaram, mesmo diante do perigo e das dificuldades. Simplesmente foram lá e fizeram o resgate, salvando vidas. É o povo ajudando o próprio povo. O povo salvando o povo.

A expressão “POVO SALVANDO POVO” pode soar como uma ameaça ou desafio para algumas autoridades e parte da mídia, mas essa é a realidade que se vive no Rio Grande do Sul. Em todos os lugares, seja nos vales, na encostas de montanhas, nas margens do rios, nas áreas urbanas mais afastadas, nos povoados, distritos ou vilarejos, o que se vê, comprovado por vídeos, é o povo unindo-se para salvar o próximo. Aliás, é o povo salvando vidas humanas e também vida animal.

E os bombeiros, militares do exército, da PM e da Guarda Municipal? Eles também têm desempenhado um papel importante, mas é notável a ação dos civis em primeiro plano, com os bombeiros atuando em apoio. Destaque para a ação da equipe de bombeiros militares enviada pelo governo de São Paulo.

E o Exército? Têm sido visto por lá, porém em situações nem sempre compreensível. E a PM? Tem contribuído, mas poderia fazer mais. Como, por exemplo, evitar os arrombamentos, saques e até estupro de vulneráveis.

Infelizmente, apesar dos esforços hercúleos de tantos civis, o número de mortos continua a subir. No entanto, antes de contabilizarmos as perdas, precisamos reconhecer as centenas, milhares de vidas salvas nessa tragédia sem precedentes na história do Rio Grande do Sul e do Brasil. O resgate de cada pessoa emociona todo o país, desde jovens e adultos até idosos e, sobretudo, crianças. Quantos bebês receberam uma segunda chance graças à ação voluntária?

Ao acompanhar alguns resgates de bebês em vídeo é impossível não ser tomado pela emoção. Impossível segurar as lágrimas. A dor de uma criança, dói intensamente em mim.

Eu cresci ouvindo a frase de Euclides da Cunha: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” Esta máxima, presente na obra “Os Sertões”, de 1902, destaca a resiliência do povo nordestino diante das adversidades da região. Como jornalista do sertão, nascido na única capital sertaneja, do Nordeste, testemunhei no dia-a-dia a luta do bravo povo nordestino contra a seca e outras dificuldades climáticas.

No entanto, diante das recentes enchentes que assolaram o Brasil, desde a Bahia até o Sul, especialmente afetando o povo gaúcho, arrisco-me a reformular essa frase: “O brasileiro é, antes de tudo, um forte”. Os gaúchos que enfrentaram essa tragédia são um exemplo disso.

Agora, nós, o povo brasileiro, poupado da dor de ter que viver tudo aquilo na pele, podemos ajudar mesmo de longe. Podemos contribuir com dinheiro, donativos. Aqui mesmo em Teresina há um posto de arrecadação no Aeroporto Petrônio Portela. E os Correios também entraram nessa operação solidária. E você pode despachar a sua doação numa agência dos Correios gratuitamente.

Só um detalhe: você pode até doar algo usado, porém que seja ainda aproveitável, usável. Algo digno. Não envie lixo, envie donativo.

08 de maio de 2024

Cataclismo no Sul: Guerra contra os quatro elementos da natureza e a fake news

A batalha entre a verdade e a desinformação atinge proporções alarmantes no Rio Grande do Sul, onde a população enfrenta uma verdadeira guerra contra os quatro elementos da natureza. Com um total de 100 mortes e mais de 1,5 milhão de pessoas afetadas pelas chuvas, a situação é de calamidade em cerca de 336 municípios gaúchos.

O cenário, que se assemelha aos destroços pós-bombardeio, é um reflexo do embate travado não apenas contra os elementos naturais, mas também contra a manipulação da informação. O fato e o fake caminham lado a lado. E como em toda guerra a primeira vítima é a verdade.

Tanto dentro quanto fora do Estado, há uma verdadeira batalha midiática, onde a veracidade dos fatos é frequentemente sacrificada em prol de agendas políticas e interesses diversos. Durante uma semana, a maior emissora de televisão do Brasil, a TV Globo, ignorou o verdadeiro cataclismo que assolava o Rio Grande do Sul. Somente após uma intensa reação nas redes sociais e críticas da população, a emissora se viu compelida a reportar os eventos.

No entanto, mesmo quando decidiu cobrir a tragédia, a emissora enfrentou críticas e acusações de disseminar desinformação. As redes sociais foram palco de uma verdadeira revolta, evidenciando o descontentamento da população diante da omissão midiática. Até mesmo acusações de "fake news" foram direcionadas por tabela à concorrente SBT, alimentando um clima de desconfiança e revolta.

O empresário Pablo Marçal, em resposta à cobertura deficiente da emissora, mobilizou esforços para prestar socorro às vítimas, enviando aviões e carretas com donativos. Entretanto ele teve carretas supostamente impedidas de seguir com os donativos. "Eles estão exigindo nota fiscal das doações", denunciou. No entanto, mesmo diante das evidências e da mobilização da sociedade civil, a emissora se recusou a retratar-se ou reconhecer sua responsabilidade na disseminação de fake news. Preferiu 'passar pano' para o governo.

Felizmente, a verdade acabou por prevalecer, com o governador de Santa Catarina, Jorginho Melo, confirmando as multas impostas aos caminhões com donativos dos catarinenses. E, sobretudo, com a Agência Nacional de Transporte Terreste - ANTT, reconhecendo o erro e cancelando as penalidades.

Neste caso, ao menos, a liberdade de imprensa e de opinião triunfou, destacando a importância de uma mídia responsável e comprometida com os fatos.

06 de maio de 2024

Entre águas e lágrimas: O drama das enchentes no Sul e as memórias de Cocal da Estação no PI

Cidades inteiras debaixo d'água no RS - Foto: Reprodução

O desastre climático que assolou grande parte do Rio Grande do Sul, causando inundações em áreas urbanas e rurais de aproximadamente 336 municípios, deixou o Brasil consternado. Os temporais e as chuvas torrenciais estão devastando toda a infraestrutura do Estado e dos municípios.

Muitas localidades estão isoladas do restante do Estado devido ao rompimento de estradas, deslizamento de barreiras ou à destruição de dezenas de pontes levadas pelas enxurradas. A correnteza dos rios dos Sinos, das Antas e Taquari foi intensificada pelo rompimento ou transbordamento de cinco barragens.

A passagem da enxurrada levou tudo que encontrou pelo caminho. Em alguns distritos e até mesmo cidades, arrancou árvores, postes, casas e prédios, deixando vilas inteiras em ruínas. Bairros ribeirinhos foram literalmente 'varridos' do mapa.

Ao observar a devastação no Rio Grande do Sul, é inevitável não lembrar do que ocorreu em Cocal da Estação, na planície litorânea, no Norte do Piauí, com o rompimento da Barragem de Algodões I. Como repórter da TV Antena 10 à época, cobri aquele que é considerado até hoje o maior desastre natural do Estado do Piauí.

A desolação de quem perdeu tudo na tragédia de Algodões I, no PI - Foto: Reprodução

As cenas de destruição causadas pela violência das águas ainda permanecem vívidas na memória. Cerca de 50 quilômetros do município de Cocal da Estação foram inundados, com o volume de água liberado atingindo 20 metros de altura. A tragédia de Algodões resultou na destruição de pelo menos 500 casas ao longo do leito e das margens do rio Pirangi.

Toda a água represada pela barragem, totalizando 52 milhões de litros, desceu sobre a cidade, arrasando o vale ao lado do rio e deixando um rastro de lama. Lembro de uma casa de veraneio do ex-prefeito José Maria Monção, na margem do rio, toda em alvenaria. Dela só restou o motor do portão eletrônico. Todo o resto foi levado pelas águas.

O evento deixou um triste saldo de 9 mortes entre homens, mulheres e crianças. Uma vítima, um homem, até hoje não teve o corpo encontrado. Permanece sepultado em lugar ignorado no leito do Pirangi.

As águas da barragem levaram mais de 500 casas no leito rio Pirangi - Foto: Reprodução

Embora a tragédia tenha ocorrido em 2009, durante a gestão do então governador Wellington Dias, do Partido dos Trabalhadores, as negociações para indenizar as centenas de vítimas se arrastaram por longos oito anos. Somente em 2017, o Tribunal de Justiça do Piauí - TJ/PI, conseguiu formalizar um acordo entre a associação das vítimas e o governo estadual que se comprometeu a pagar R$ 51 milhões em 30 parcelas.

As vítimas se queixam que a indenização mal cobriu 30% do prejuízo material. Muitos sequer chegaram a receber o dinheiro completo, uma vez que faleceram ao longo do tempo. Um deles foi o líder das vítimas, o professor Corcino Medeiros Santos, que faleceu em julho de 2020.

Se os habitantes do Rio Grande do Sul enfrentarem uma situação semelhante à dos piauienses, devem se preparar para uma batalha árdua e prolongada na Justiça. Reconstruir a infraestrutura devastada pelas chuvas, especialmente as casas e as vidas das pessoas, demandará muito tempo e sofrimento. Basta lembrar que até hoje o governo federal ainda ainda falta repassar um terço do valor prometido para as enchentes do ano passado.

26 de abril de 2024

Além dos limites: Crimes, corrupção e o colapso da ordem social brasileira

O caos parece ter se instalado de vez no mundo, e a sociedade brasileira está visivelmente enferma. Esta é a triste constatação que fazemos ao observar a vida cotidiana no Brasil. Os veículos de comunicação estampam diariamente os mais chocantes casos de violência, desde homicídios e feminicídios até estupros e pedofilia. Parece que, como diz o ditado popular, "se apertar o noticiário, o sangue jorra".

No entanto, não podemos ignorar a violência trivial e cotidiana que continua a chocar e que precisa ser combatida. O que realmente nos chama atenção são as ações igualmente chocantes que ultrapassam os limites do compreensível e do aceitável, vindo de pessoas com formação superior.

Como é possível alguém adentrar um hospital e brutalmente assassinar um funcionário, chegando ao extremo de decapitá-lo? Ou o marido de uma paciente que friamente assassina a psicóloga da esposa? São eventos que, diante da sua frequência alarmante, estão longe de serem considerados casos isolados ou pontuais.

Recentemente, o Brasil ficou chocado com o caso da fazendeira que, na companhia do filho médico, armou-se e tirou a vida de um casal de idosos, além de ferir um padre, tudo por uma dívida de apenas R$ 65 mil. Isso nos leva a questionar: qual é o valor de uma vida?

Em outra ocasião, em Teresina, no Piauí, testemunhamos o assassinato de um acadêmico de medicina simplesmente porque ele ofereceu uma moeda de R$ 0,50 a um flanelinha em troca de cuidar do seu carro, que estava estacionado em frente à faculdade.

Recentemente, emergiu outro caso envolvendo dois jovens, ambos de boa educação e filhos de um ex-deputado, que estavam envolvidos no tráfico de drogas sintéticas, com uma médica também fazendo parte dessa quadrilha.

Diante disso, é inevitável questionar: algo está muito errado em nossa sociedade. Ou será que isso é o novo norma? Esta pergunta, por mais incômoda que seja, precisa ser feita, especialmente diante dos esforços notáveis de ministros do STF, do presidente da República e de uma parte da bancada de esquerda que clamam abertamente pela legalização das drogas no país.

Ao longo dos anos, ouvimos a ideia nefasta de que a má distribuição da riqueza, as crises econômicas e a destruição de valores éticos são algumas das causas da criminalidade. No entanto, será mesmo que a pobreza pode justificar a violência e a desumanidade?

E como podemos explicar atos hediondos, como o cometido pela fazendeira abastada e o filho médico, que executaram friamente um casal de idosos? Ou a corrupção desenfreada de políticos que desviam recursos destinados à educação e saúde para benefício próprio? Estes não são indivíduos desesperados em busca de sobrevivência, são agentes da ganância desenfreada.

A professora e filósofa Márcia Tiburi, considerada uma intelectual pela esquerda brasileira, argumenta que: "eu vejo lógica no assalto". A professora de ética, alega que, "o criminoso pobre foi influenciado pela mídia capitalista". No entanto, como ela justifica os crimes de corrupção de políticos abastados? Será que também foram influenciados pela mídia ocidental livre? Para esses criminosos, onde está o limite?

Certamente, Freud teria algo a dizer sobre isso. Talvez haja uma explicação psicológica complexa que justifique ou explique essas atrocidades. Uma coisa é certa: o mundo está doente e precisa de tratamento urgente.

21 de abril de 2024

Decreto presidencial ameaça direito de propriedade no Brasil

A Constituição Federal estabelece de forma clara a proteção do Direito de Propriedade, um direito individual fundamental que é considerado uma cláusula pétrea. Em outras palavras, é um dispositivo legal que não pode ser modificado para pior, nem mesmo por meio de Projeto de Emenda Constitucional - PEC.

A sociedade brasileira, especialmente os proprietários rurais, tem se preocupado com um decreto recentemente assinado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva em 15 de abril. Este decreto coloca em questão o direito de propriedade privada, considerado uma cláusula pétrea, o que passa a gerar grande insegurança jurídica.

A ementa do Decreto nº 11.995 de 15 de abril de 2024 é clara: "Institui o Programa Terra da Gente e dispõe sobre a incorporação de imóveis rurais no âmbito da Política Nacional de Reforma Agrária".

De acordo com a Constituição Federal de 1988, as cláusulas pétreas são imutáveis e não podem ser alteradas para menos, nem mesmo por meio de Propostas de Emenda à Constituição (PEC). No entanto, o decreto presidencial assinado por Lula parece ignorar essa premissa fundamental, o que além de ser inconstitucional, enfraquece ainda mais nossa já fragilizada democracia.

Este decreto, segundo especialistas, representa um golpe no direito de propriedade privada, ao ampliar as circunstâncias de desapropriação de terras para fins de reforma agrária. O fato de ter sido regulamentado por decreto e não por uma lei federal, como exigido pela Constituição, é considerado ilegal e ameaça desapropriar até mesmo propriedades protegidas pela lei.

Este movimento abre margem para uma série de abusos, autorizando desapropriações com base em critérios arbitrários, como "interesse social" e alegações de "trabalho escravo". Além disso, o não cumprimento de normas ambientais e trabalhistas pode agora resultar em desapropriações, o que antes era motivo para sanções judiciais, mas não para a perda da propriedade.

Em suma, este decreto agrava a insegurança jurídica e compromete um dos pilares fundamentais da nossa Carta Magna: o direito de propriedade, uma cláusula pétrea que deveria ser intocável.

O recente decreto presidencial assinado por Lula traz consigo um perigo iminente, cujas ramificações podem minar os pilares da democracia e da segurança jurídica. É vital compreender que a democracia só pode florescer em um ambiente onde a ordem jurídica é respeitada e garantida.

No entanto, o teor deste decreto traz precisamente o oposto: insegurança. Ao relativizar o direito de propriedade, uma cláusula pétrea da Constituição, o decreto abre precedentes perigosos que desafiam a estabilidade e a justiça do sistema legal brasileiro. Ao ampliar as hipóteses de desapropriação de terras para "fins de reforma agrária" sem respaldo legal adequado, esta iniciativa coloca em risco não apenas os direitos dos proprietários rurais, mas também a credibilidade das instituições democráticas.

Os efeitos deletérios dessa medida podem ser sentidos em várias frentes: desde a incerteza econômica gerada pela instabilidade no mercado de terras até o enfraquecimento da confiança na capacidade do Estado de proteger os direitos individuais dos cidadãos.

Por fim, este decreto representa não apenas uma ameaça aos direitos de propriedade, mas também um golpe na essência mesma da democracia e do Estado de Dreito no Brasil.

19 de abril de 2024

PT em declínio: O drama de um gigante político em ‘queda livre’

A contabilidade interna do Partido dos Trabalhadores revelou uma realidade preocupante: um encolhimento alarmante ao longo da última década. O partido, que já alcançou feitos notáveis, como a eleição de 630 prefeitos em 2012, agora se vê reduzido a apenas 183 prefeituras. Um declínio igualmente drástico é observado no cenário das capitais, onde o PT já governou nove delas, mas hoje não detém sequer uma.

A situação é ainda mais grave quando se considera que o partido, uma vez poderoso e influente, agora parece incapaz de disputar nas maiores cidades do país, onde reside uma parcela significativa do eleitorado brasileiro, mais da metade. A pergunta que ecoa é: por que um partido que já venceu cinco das últimas seis eleições presidenciais está definhando desta maneira?

A relação entre a popularidade de Lula e a votação do PT sempre foi delicada. Apesar do apoio do ex-presidente, o partido viu sua base eleitoral se erodir gradualmente. Essa desconexão se reflete não apenas nas eleições presidenciais, mas também nas parlamentares, onde a bancada do PT na Câmara dos Deputados diminuiu consideravelmente ao longo dos anos.

O controle rígido de Lula sobre o PT, combinado com um culto à personalidade e uma aura de "infalibilidade", contribuiu para uma crise interna silenciosa. A falta de debate interno sobre alternativas políticas e a crescente apatia entre os membros do partido são sintomas evidentes dessa crise.

Diante das próximas eleições, o PT parece adotar uma postura tímida, optando por alianças estratégicas ou até mesmo pela neutralidade em alguns cenários. A ausência do partido nas principais disputas eleitorais, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, sugere uma estratégia de longo prazo, talvez condicionada ao futuro político de Lula.

Enquanto isso, a ansiedade por um embate entre direita e esquerda na campanha eleitoral deste ano é palpável, mas o controle sobre esse cenário parece escapar tanto de Lula quanto de Bolsonaro. O embate entre PT e PL pode ocorrer em algumas capitais, mas sem a presença das mais importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, a dinâmica do confronto político nacional permanece incerta.

Em Teresina, os candidatos do Partido dos Trabalhadores costumam ter uma postura pífia nas eleições municipais. A ex-deputada Flora Isabel expressão do Partido do Piauí disputou o Palácio da Cidade e teve um resultado vergonhoso, ficou em quarto lugar, perdendo até mesmo para o bem humorado candidato Quem Quem.

A maior liderança do PT no Estado do Piauí, tetra-governador e hoje senador e ministro do governo Lula, Wellington Dias, também se aventurou a ocupar o palácio da cidade. Também amargou uma terrota sem precedente em sua bem sucedida trajetória política. Saiu das urnas com parcos 59.470 votos, o correspondente a apenas 14,18% do eleitorado.

Agora o partido se busca alianças com todos os partidos da base aliada do governo do Estado, da prefeitura de Teresina e até com liderança que historicamente combateram o PT e suas mazelas dentro do ninho tucano, sua antítese política deste a fundação dos dois partidos. E quem está capitaneando esse ajuntamento partidário é o deputado Fábio Novo, que de novo só tem o nome.

Na eleição de 2020 Novo ficou em quarto lugar, perdeu até para a iniciante Gessy Fonseca. Ele obteve menos voto que Wellington Dias, e saiu das urnas com 47.573 votos ou 11,50% dos eleitorado local.

08 de abril de 2024

Análise imparcial: Censura e liberdade de expressão no embate entre Musk e Moraes

Diante do embate entre o empresário Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes, é necessário analisar com imparcialidade os eventos recentes no Brasil. Desde 2020, o ministro Moraes tem pressionado a plataforma Twitter, agora denominada "X" e pertencente a Musk, a tomar medidas de censura contra publicações e usuários, sob a ameaça de sanções judiciais caso a empresa não cumpra suas determinações.

Essas ações são parte de uma campanha aberta contra um espectro ideológico da política brasileira, marcando as eleições presidenciais de 2022 com episódios de censura. Proibições impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE, presidido por Moraes, incluíram a mídia de mencionar a amizade do candidato Lula com líderes autoritários e ditadores como Nicolás Maduro e o uso de termos simples e verídicos, como "descondenado", por exemplo, para se referir ao candidato do PT.

Essa censura não se limitou apenas a manifestações políticas, mas também afetou indivíduos e grupos que expressavam opiniões divergentes nas redes sociais. A livre expressão e o pensamento crítico foram sufocados, violando não apenas princípios democráticos, mas também a Constituição da República Federativa do Brasil.

Foi contra isso que Musk se insurgiu e publicou em sua conta no 'X' que o ministro Alexandre de Morais teria "traído a Constituição" ao impor censura. E ainda, que, "deveria renunciar ou sofrer um impeachment".

Moraes parece ter mordido ísca e incluiu Musk no inquérito das Fake News além de impor multa de R$ 100 mil caso ele restaure a conta de usuários 'banidos' pelo ministro. Musk ameaçou ainda retirar as restrições impostas a usuários por Moraes e fechar o escritório no Brasil.

Além das ações do Judiciário, a censura também é promovida por políticos, jornalistas e atores ideologicamente alinhados, que não toleram o dissenso e buscam judicializar opiniões contrárias. O fenômeno da censura judicial ganhou força com o novo Código Civil de 2002, que permitiu a proibição preventiva de conteúdos que pudessem afetar a reputação de indivíduos.

A auto-censura se tornou um problema generalizado, incentivada pela ameaça de processos judiciais e pela falta de preparo de juízes de primeira instância para equilibrar direitos fundamentais. Além disso, renomados veículos de comunicação muitas vezes se omitem diante das arbitrariedades do Judiciário e criticam aqueles que 'ousam' questionar a censura.

Diante desse cenário, é crucial que o Senado Federal exerça seu papel de defesa da Constituição e controle os excessos do Judiciário. A censura expressa e velada, assim como a auto-censura, representam uma ameaça à liberdade de expressão e ao Estado Democrático de Direito.

Será se ainda somos mesmo um Estado Democrático? Ou estaríamos diante de uma tentativa de instalação de 'estado de coisas' que pouco ou nada reflete os princípios de uma Democracia sem 'relativismos'.

E quanto a isso, não há como não questionar o posicionamento do Supremo Tribunal Federal que nos últimos anos tem atribuído para si uma certa 'competência legislativa'. Como por exemplo ter descartado por 'unanimidade' a atribuição do Exército em mediar conflito entre os Poderes.

Para Ives Gandra da Silva Martins, essa decisão deixa uma lacuna. E o mais respeitado jurista do país questiona: “Como o Legislativo poderá zelar pela sua competência?” E vai além: “o Congresso não tem nenhuma força contra o Poder Judiciário”, isso após o STF rejeitar o 'poder moderador'.

Em meio ao embate entre Musk e Moraes, a lição a ser aprendida não é se calar diante da censura, mas sim defender os direitos fundamentais e garantir o cumprimento da Constituição.

17 de março de 2024

Da inspiração ao reconhecimento: A jornada influente com Cláudio Humberto

Jornalista Cláudio Humberto - Foto: Reprodução

Minha trajetória no jornalismo teve início desde muito jovem. Recordo-me de como, no bairro Piarajá, zona Norte da capital, Teresina, eu sempre estava a par de tudo o que acontecia, buscando informações e compartilhando as novidades com todos ao meu redor. Foi nessa época que ganhei o apelido de "Carlos Said", uma homenagem a um renomado nome do rádio e da cobertura esportiva daquela época, com quem inclusive tive a oportunidade de me encontrar e entrevistar por mais de uma vez.

Outro grande jornalista que me inspirou foi Fabrício de Arêa Leão. Sendo meu vizinho, eu frequentava sua casa e observava admirado seu trabalho, escrevendo sua coluna diária no jornal O Dia, tudo feito de casa, como um verdadeiro precursor do "home office" nos anos setenta. A cada clique da máquina de escrever, eu absorvia conhecimento.

Nos fins de semana, era motivo de orgulho ser o escolhido para ir à banca do Joel, na praça Pedro II, comprar os exemplares do Jornal do Brasil e da Folha de São Paulo para ele. Era uma alegria servir a esse jornalista que tanto me inspirava a seguir a mesma carreira profissional. Foi ele quem me apresentou ao médico e político Clidenor de Freitas Santos, o homem por trás da construção do primeiro grande hospital psiquiátrico do Piauí, o Meduna.

Já na adolescência, decidi enfrentar o desafio de me tornar jornalista. Fui morar em Campina Grande, Paraíba, com o objetivo de concluir o segundo grau e cursar Comunicação Social na Furne. Porém, acabei retornando ao Piauí para cursar Filosofia, com a intenção de fazer uma pós-graduação em Comunicação. Contudo, a criação do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, na Universidade Federal do Piauí, mudou completamente meus planos, dando início ao meu verdadeiro sonho profissional.

Não demorou muito para que eu começasse a estagiar na TV Clube, afiliada da Rede Globo, no Piauí, como redator. Em pouco tempo, já estava nas ruas como repórter, acompanhando a renomada jornalista Alice Moreira. Devo muito a ela por toda a orientação e apoio que me ofereceu. A Clube foi uma grande escola e lá cheguei à direção de jornalismo.

No cenário nacional, o correspondente da Rede Globo, em Nova York, Lucas Mendes, era minha referência, inspirando-me na forma simples e direta de reportar os fatos. Aqui, em minha cidade, busquei 'imitá-lo', introduzindo uma nova forma de reportagem que logo se tornou uma novidade no jornalismo local, com off, passagem e sonoras.

Em pouco tempo, minhas reportagens já eram divulgadas em programas da Rede Globo, como o Jornal Hoje. Outros jornalistas também passaram a me inspirar, mas um em especial, Cláudio Humberto, com seu estilo próprio e seu famoso bordão "bateu, levou", me chamou atenção. Através de um grande amigo em comum, o advogado caxiense, Washington Torres, Cláudio se inspirou em uma matéria minha sobre o custo da Força Tarefa para recapturar os dois fugitivos do presídio de 'segurança máxima' de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Ao publicar uma nota em sua coluna, Cláudio Humberto citou a fonte: o portal Move Notícias e este jornalista, o que me envaideceu profundamente.

Agradeço ao jornalista Cláudio Humberto por esse reconhecimento e prometo continuar contribuindo com o jornalismo de qualidade. Sinta-se a vontade meu caro, para quando necessário, usar o nosso trabalho e engrandecer a defesa do jornalismo verdadeiro e sem amarras, que tem sido a tônica seu fazer jornalístico.

Um forte abraço!

19 de fevereiro de 2024

Lula é declarado ‘persona non grata’ por Israel

As relações entre os governos brasileiro e israelense estão se tornando cada vez mais tensas devido a declarações consideradas antissemitas e virulentas pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A reação às comparações feitas por Lula entre a guerra em Gaza e o Holocausto nazista gerou controvérsia tanto em Israel quanto no Brasil.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou Lula, no domingo, em coletiva em Adis Abeba, na Etiópia.

O governo brasileiro decidiu não se retratar, nem pedir desculpas, o que levou Israel a declarar o presidente Lula da Silva como 'persona non grata'. Ao que se sabe essa é a primeira vez que um presidente do Brasil é considerado "pessoa não agradável", "não querida" ou "não bem-vinda" por outra nação.

Mas afinal, o que significa ser 'persona non grata'? Ser 'persona non grata' implica que o indivíduo não é reconhecido como membro da missão diplomática e é privado do status diplomático e consular, bem como das imunidades e privilégios que normalmente são concedidos para visitar o país em questão.

Esta não é a primeira vez que surgem tensões entre Lula e Israel. Em 2010, o governo israelense convidou Lula para visitar o túmulo de Theodor Herzl, conhecido como o pai do sionismo moderno, mas Lula recusou o convite. Na época, o Brasil pediu esclarecimentos sobre a inclusão da cerimônia na agenda de Lula, argumentando que a visita ao túmulo de Herzl não era uma prática comum em viagens oficiais.

Essa recusa exacerbou as tensões diplomáticas entre os dois países, marcando mais um capítulo na história conturbada de suas relações. Agora, Lula volta a 'torpedear' o governo de Israel e o povo judeu.

Difícil é compreender o que leva o governo brasileiro a tomar partido numa guerra que pouco ou nada tem a ver com o povo brasileiro e ainda assim, defender o lado errado. Afinal, Israel é uma nação livre e democrática que apenas defende-se do terror perpetrado por um grupo reconhecido pela maioria dos países ocidentais como terrorista.

O Brasil tem um histórico de nação pacífica e teve papel fundamental em questões decisivas tomadas pela Organização das Nações Unidas - ONU. Aliás, a diplomacia brasileira já produziu homens da estirpe de Osvaldo Euclides de Sousa Aranha. Osvaldo Aranha foi um político, diplomata e advogado brasileiro, que ganhou destaque nacional em 1930 sob o governo de Getúlio Vargas.

É conhecido na política internacional por sua atuação como presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947, quando presidiu a sessão da Assembleia Geral da ONU que aprovou a Resolução 181, também conhecida como Plano de Partilha da Palestina, que estabeleceu a criação do Estado de Israel.

As boas relações entre o Brasil e o povo judeu surgiram no nascedouro do Estado de Israel. E lá se foram 77 anos de uma excelente relação diplomática ameaçada apenas duas vezes e pela mesma persona.

03 de fevereiro de 2024

Onde falta Estado, o crime se estabelece!

O corpo foi encontrado em uma estradinha de chão próximo à Lagoa do Portinho, um dos principais cartões postais do litoral do Piauí - Foto: Reprodução

Já é mais do que necessário, inclusive ultrapassou o tempo adequado, para a Secretaria de Segurança Pública do Piauí implementar uma política mais eficaz de combate ao crime organizado e às facções criminosas no Estado, especialmente no litoral. As cidades na planície litorânea encontram-se sob domínio das facções, fato público e notório. Ou alguém duvida?

É evidente que as facções criminosas dos Estados Maranhão e do Ceará estabeleceram-se no litoral piauiense, onde operam abertamente na venda de drogas como maconha, cocaína e crack em plena luz do dia. Alguém sabe o porquê?

Onde há tráfico de drogas, há conflitos e mortes entre membros de facções pelo controle da venda. As execuções brutais e a profanação de cadáveres são características das ações desses grupos. Isso também é público e notório!

Exemplo disso ocorreu neste sábado, 3, em Parnaíba, na estrada da Carpina, ligando a BR 402 à Lagoa do Portinho, um dos maiores cartões postais do litoral, onde populares encontraram um corpo decapitado e carbonizado, indicando claramente a ação de uma facção. Desde que as facções criminosas tomaram conta do litoral, é raro um fim de semana sem a execução de duas, três, ou até mesmo quatro pessoas, independentemente de serem criminosos eliminando criminosos.

A preocupação é o avanço da criminalidade e do narcotráfico no Estado, disseminando o terror e o medo onde se estabelecem. A população parnaibana, em especial, está aterrorizada com tanta violência e morte no município.

O governo que tem se destacado na mídia nacional pelo resgate de celular roubado, agora é notícia por crimes bárbaros como esse. A notícia do corpo decapitado e carbonizado foi destaque em O Antagonista, um do portais mais vistos e respeitados do Brasil.

Portanto, a Secretaria da Segurança Pública do Estado do Piauí, que tem realizado um trabalho interno de depuração, precisa compreender que, embora seja uma tarefa árdua, é essencial. Mas, o combate ao crime, às facções, ao narcotráfico, não pode ser interrompido; pelo contrário, os projetos de políticas públicas de segurança precisam sair do papel, do discurso e da mídia, para ocupar as ruas, vilas, praças e favelas da capital e das grandes cidades, especialmente Parnaíba, 'a capital do Delta', mostrando à população que a polícia do Piauí está presente, e não apenas as facções criminosas.

01 de fevereiro de 2024

Lula: “Crime organizado virou ‘uma indústria ‘multinacional’; e estaria na mídia e no Judiciário”; Será mesmo?

Lula acusa sem provas que crime organizado está na imprensa e no Judiciário - Foto: Reprodução

É evidente que o governo federal enfrenta desafios significativos no combate ao crime organizado no Brasil, refletidos no aumento da violência e da criminalidade em todo o país. A atuação limitada ou até mesmo a inércia das forças de segurança federais no enfrentamento ao tráfico de drogas permitiu o avanço geométrico do narcotráfico em território nacional.

O ministro chefe da Casa Civil do governo Lula já mencionou, certa feita, que "o narcotráfico é um gerador de empregos, principalmente para a juventude no Brasil". Agora, o próprio presidente da república expressou publicamente sua visão de que "o crime organizado se tornou uma grande indústria multinacional", abrangendo até mesmo a imprensa e o judiciário. Lula faz essa acusação sem apresentar provas.

No mesmo evento, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, destacou a necessidade de "revisão da Lei de Execução Penal", que completou 40 anos, e expressou a intenção de apresentar "um projeto de lei sobre o assunto no Senado, caso o tempo permita". Ele ressaltou que "as medidas cautelares e alternativas penais não representam leniência, mas eficiência", citando que "o custo de um preso é de R$ 4 mil por mês, enquanto uma pessoa cumprindo penas alternativas, como prisão domiciliar, custa R$ 400, dez vezes menos".

Diante desse cenário, surge a preocupação dos cidadãos brasileiros, dos pagadores de impostos, empresários e do público em geral sobre a existência de uma política pública eficaz do presidente Lula no combate ao crime organizado e na proteção da população brasileira. A declaração sobre a presença de criminosos na imprensa e no judiciário levanta a questão de porque o presidente e o ministro da Justiça não tomam medidas legais contra esses casos, acionando as autoridades competentes.

Quanto às declarações de Dino, a ênfase na contabilidade do custo do condenado, seja na prisão ou em liberdade, é questionada. O combate ao crime, segundo a perspectiva de muitos, deve ocorrer por meio da aplicação da lei e do Código Penal, não apenas por considerações financeiras.

Vale lembrar ao presidente Lula que temos a Constituição Federal, o Código Penal e ainda uma série de leis específicas, como a Lei de Drogas, oficialmente lei 11.343/2006, institui o sistema de políticas públicas sobre drogas no Brasil. Caso o senhor não recorde presidente Lula essa lei foi sancionada por vossa excelência no seu primeiro mandato.

Por outro lado, o presidente comete um grave erro de semântica ao afirmar que o "crime organizado virou 'uma indústria 'multinacional'". Não presidente, multinacional é a empresa formada por mais de um país. Exemplo: a Itaipu Binacional, empreendimento que pertence a duas nações: Brasil e Paraguai. O termo correto para sua declaração absurda seria 'transnacional'.

Em resumo, algumas práticas e declarações nos domínios políticos de figuras como Lula e Dino suscitam questionamentos sobre a eficácia e a coerência de suas abordagens. Aqui, no nordeste, terra de Lula e Dino prevalece o ditado popular que diz: "boca fechada não entra mosquito". E mais, "aquilo que não se sabe falar, deve-se calar". E tenho dito!

27 de janeiro de 2024

Flávio Dino, é ‘eminência parda’ do governo Lula?

O ex-jornalista Ricardo Capelli, que ocupou o cargo de secretário-executivo no Ministério da Justiça sob a gestão de Flávio Dino – Foto: Reprodução

Em um Estado Democrático de Direito, a independência e harmonia entre os três poderes são fundamentais. No entanto, no Brasil, essa separação muitas vezes parece se confundir. A prática de ministros do Supremo Tribunal Federal – STF, deixarem a Corte para integrar o governo federal, ou vice-versa, tornou-se algo comum.

Essa situação levanta questionamentos, indicando que “algo está fora do lugar”. Infelizmente, tornou-se comum no país. No recente episódio, a ida de Dino para o STF e a indicação de Capelli para a Abin a pedido do ex-ministro da Justiça, revelam essa interação peculiar. Sem falar, é claro, na mudança de enderço de Ricardo Lewandowski que deixou a Praça dos Três Poderes para integrar a Esplanada dos Ministérios. Leia-se Ministério da Justiça!

Entenda: Capelli é cogitado para a agência de inteligência.

O ex-jornalista Ricardo Capelli, que ocupou o cargo de secretário-executivo no Ministério da Justiça sob a gestão de Flávio Dino, surge como um dos possíveis nomes para assumir a direção-geral da Abin, a agência de inteligência do governo. Com a iminente nomeação vitalícia de Dino para o STF, ele solicitou a Lula um cargo de destaque para seu protegido.

O atual diretor, Luiz Fernando Corrêa, indicado por Lula, deve ser substituído e é suspeito de abafar investigações da Abin contra autoridades. Não se sabe o que é pior: investigar adversários secretamente ou encobrir mal feito de aliados! O que você acha?

A notícia que passa quase despercebida da grande mídia, foi destaque na Coluna Cláudio Humberto – Poder, Política e Bastidores. Ex-militante do PCdoB, assim como Flávio Dino, Capelli pode se tornar mais um ‘não-especialista’ a assumir a Agência Brasileira de Inteligência.

Sem espaço na futura equipe de Ricardo Lewandowski (Justiça), que lhe reservou uma posição inferior, Capelli estava prestes a enfrentar o desemprego. Mas tem amigos poderosos que o protegem da fila dos desempregados.

Cláudio Humberto recorda que, “o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ao qual a Abin é subordinada, demonstra resistência à indicação de Capelli, uma vez que ele e Dino têm relações conturbadas”.

A possível nomeação de Capelli para a Abin é vista como uma saída honrosa que pode acalmar os ânimos do PSB, único partido que perdeu espaço na gestão de Lula.

20 de janeiro de 2024

Quem disse que a Reforma Tributária acabou?

Fred Mendes, George Mendes e Abel Escórcio - Foto: Reprodução

Em 16 de dezembro de 2023, a Câmara Federal celebrava entusiasticamente a aprovação da Reforma Tributária, a mais aguardada reforma da história da República. Quatro dias depois, a PEC foi promulgada, seguida pelo recesso e pelas festividades de Ano-Novo.

Agora, após os festejos e a ressaca, surge a indagação: quais foram mesmo os avanços reais? Será que trocamos seis por meia dúzia? O economista George Mendes ressalta que, "realizar uma reforma tributária sem que haja perda de receita para alguns e, ao mesmo tempo, sem resistência daqueles que detêm a arrecadação é uma tarefa árdua". A metáfora "não se faz omelete sem quebrar os ovos" é aplicada aqui, e os desafios da Reforma Tributária são comparados aos ovos quebrados.

Até o momento, as alíquotas não foram definidas, pois dependem de leis complementares, e esse aspecto torna-se uma incógnita. George Mendes destaca que, "no frigir desses ovos, pode haver um impacto maior nos pagadores de impostos, apesar da suposta simplificação tributária". No entanto, ele argumenta que "a mera simplificação não é a solução ideal, equiparando-a a uma miragem bonita, mas irreal".

A constante busca por compensação, o peso sobre as empresas, e a proteção das fatias de arrecadação dominam o cenário. A sensação de "déjà vu" ressurge, sugerindo que "já vimos esse filme". Com a euforia inicial passada, surge a pergunta crucial: haverá aumento ou redução de impostos? A incerteza persiste, e George Mendes enfatiza que "a União continuará liderando a carga tributária real, protegendo sua fatia e, onde ceder para Estados e municípios, buscará compensação junto às empresas".

A discussão sobre a Reforma Tributária, que perdura há 40 anos no Brasil, parece não ter chegado ao fim. A análise de uma consultoria independente, a ROIT, apontando para um substancial aumento de tributos, onde 93% das empresas vão pagar mais impostos, gera questionamentos.

Tributaristas piauienses como Fred Mendes e Abel Escórcio alertam para a necessidade de inteligência por parte dos contribuintes ao reorganizar suas operações diárias. Eles de pronto questionam a metodologia utilizada pela ROIT que "teria levado em conta apenas e tão somente as as informações do 'SPED'".

Na opinião dos dois tributaristas, "isso não significa dizer que esse não seja o cenário que iremos encontrar com a implementação da reforma, mesmo porque muita coisa ainda precisa ser definida, seja pelo Congresso Nacional, seja na regulamentação a ser feita pelas administrações tributárias".

Fred Mendes e Abel Escórcio advertem que, "a reforma tributária vai exigir do contribuinte capacidade para reorganizar suas operações no dia a dia, e isso pode mudar bruscamente o resultado fiscal/tributário de uma empresa. Daí porque nossos olhos devem estar atentos ao texto das leis complementares que logo mais serão discutidas".

Enfim, a resposta para a pergunta do título desse texto é: a Reforma Tributária não terminou. Tem ainda a segunda fase e, essa sim, talvez seja a mais importante e significativa uma vez agora vão ser definidas as alíquotas, ou seja, o percentual tributário a ser pago.

11 de janeiro de 2024

Indicação de Lewandowski para Ministério da Justiça: Entre contradições e reflexões sobre a democracia brasileira

O ministro comunista amigo no STF, e agora, o amigo ex-supremo, no governo - Foto: Reprodução

A indicação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça do governo Lula da Silva levanta questionamentos pertinentes, especialmente à luz das críticas anteriormente proferidas contra a nomeação de Fernando Moro para o mesmo cargo no governo Bolsonaro. A aparente contradição entre a postura crítica passada e a aceitação agora sugere uma flexibilidade seletiva na avaliação de indicações políticas.

A transformação da indicação de amigos pessoais e ex-ministros do STF para cargos-chave do governo em algo considerado normal e natural merece reflexão. Isso não apenas questiona a consistência das críticas anteriores, mas também levanta preocupações sobre a independência entre os Poderes e a preservação da imparcialidade no Sistema Judiciário.

A influência de ex-membros do STF na esfera Executiva pode ter implicações sérias para a democracia brasileira. O alinhamento estreito entre a Suprema Corte e o Poder Executivo pode gerar dúvidas sobre a capacidade do judiciário de agir como um contrapeso efetivo, o que é crucial para o funcionamento saudável de uma democracia.

A falta de questionamentos contundentes por parte da OAB e da grande mídia levanta a questão da vigilância democrática. A mídia desempenha um papel crucial na responsabilização do governo e na manutenção da transparência. Se a imprensa se abstém de analisar criticamente tais indicações, a sociedade pode ser privada de informações essenciais para formar uma opinião balizada sobre o funcionamento do governo.

Além disso, a autonomia prometida para a formação da equipe no Ministério da Justiça é um aspecto a ser acompanhado de perto. Embora seja louvável dar espaço para a escolha da equipe, é importante garantir que a seleção seja feita com base em critérios de competência e integridade, e não apenas por razões políticas ou pessoais.

Em última análise, as questões levantadas em torno da indicação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiças destacam a importância da constante vigilância cidadã e da mídia independente para assegurar a integridade do sistema democrático brasileiro.