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Publicado em: 30 abril 2024 às 17:33 | Atualizado em: 30 abril 2024 às 18:57

VACINA: AstraZeneca admite à Justiça 'efeito colateral raro' no imunizante da Covid 19

Por Douglas Ferreira

Farmacêutica admitiu que vacina da AstraZeneca causa “efeito colateral raro” – Foto: Reprodução

A gigante farmacêutica AstraZeneca admitiu à Justiça, pela primeira vez, a ocorrência de um “efeito colateral raro” na vacina que produz contra a Covid 19. A informação foi incluída em uma ação coletiva movida por pessoas que desenvolveram trombose após a vacinação na Inglaterra. No processo, 51 famílias pedem uma indenização de até R$ 700 milhões.

A AstraZeneca reconheceu que a vacina “pode, em casos muito raros, causar síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS)”. Essa condição é caracterizada pela formação de coágulos de sangue, o que aumenta os riscos de entupimento de veias e artérias.

No Brasil, a vacina foi produzida em consórcio com a Fiocruz e aplicada em 153 milhões de pessoas, sobretudo em 2021 e 2022. A admissão dos efeitos colaterais pela farmacêutica virou, agora, alvo de comentários no meio político.

O Ministério da Saúde afirma que a vacina da AstraZeneca para a Covid 19 já salvou milhares de vidas, e que a não imunização seria o pior caminho.

“A vacina fabricada pela empresa AstraZeneca/Oxford, desenvolvida no início da pandemia, e produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi extremamente importante para o controle dos casos e a redução de óbitos por Covid 19 no país e no mundo, salvando milhares de vidas. Desde dezembro de 2022, essa vacina é indicada para pessoas a partir de 40 anos, de acordo com as evidências científicas mais recentes”, diz a pasta.

“O atual cenário da Covid 19 no país, com redução de casos graves e óbitos pela doença, é resultado da população vacinada. Os eventos adversos, inerentes a qualquer medicamento ou imunizante, são raros e ocorrem, em média, um a cada 100 mil doses aplicadas, apresentando risco significantemente inferior ao de complicações causadas pela infecção da Covid 19”, completou o Ministério da Saúde, em comunicado emitido ainda no ano passado.

Entretanto, ao se tornar ré confessa e admitir o dano colateral do imunizante, tudo muda de figura a partir de agora. Certamente, a decisão final da ação movida no Reino Unido deve servir de parâmetros para outras ações pelo mundo afora, inclusive, no Brasil.