Por Wagner Albuquerque
Nesta terça-feira, 6 de fevereiro, o Chile perdeu seu ex-presidente Sebastián Piñera (foto), que tinha 74 anos, em um trágico acidente de helicóptero. De acordo com a mídia chilena, outras quatro pessoas estavam no veículo.
Apenas três delas sobreviveram, pois o piloto também faleceu. O helicóptero, de propriedade de Piñera, despencou no lago Rano, localizado na cidade de mesmo nome, no centro-sul do país, por volta das 15h.
Piñera não conseguiu se soltar do cinto de segurança e acabou se afogando no lago. A aeronave foi localizada pelas Forças Armadas, a 40 metros de profundidade.
Os deputados chilenos prestaram uma homenagem silenciosa ao ex-presidente logo que souberam da notícia.
Quem foi Sebastián Piñera?
Líder de uma centro-direita liberal, Piñera foi presidente do Chile em duas ocasiões, entre 2010 e 2014 e entre 2018 e 2022. O segundo mandato do ex-presidente chileno foi marcado pela onda de protestos e vandalismo de 2019.
Os atos começaram como protestos contra um aumento na tarifa do transporte público na capital, Santiago, mas se desbandaram em violência por todo o país. A onda de vandalismo resultou pelo menos 36 mortos, mais de 11.500 feridos e 28.000 pessoas detidas.
Os episódios levaram à vitória do atual mandatário chileno, Gabriel Boric, nas eleições de 2021 e a convocação de duas Assembleias Constituintes para mudar a Constituição do país, herdada da ditadura de Pinochet.
O processo constitucional foi cancelado por Boric em dezembro depois de, pela segunda vez, um esboço ser rejeitado em referendo.
Repercussão
Boric ainda não falou sobre a morte de Piñera, mas convocou um funeral de Estado.
Até as 16h50 desta terça, apenas o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, se pronunciou.
“Conheci o presidente Piñera há vários anos. Ele sempre teve uma atitude positiva em relação ao Uruguai e pessoalmente. A título de exemplo, basta citar o seu apoio com a logística oferecida para a chegada das vacinas durante a pandemia. Aos chilenos e sua família minhas condolências”, publicou Lacalle Pou no X, antigo Twitter.
Alguns ex-chefes de Estado da América do Sul também reagiram à notícia da morte de Piñera.
O ex-presidente argentino Mauricio Macri escreveu no X: “Imensa tristeza pela morte do meu querido amigo Sebastián Piñera. Gente boa, comprometida como ninguém com o Chile e com os valores da liberdade e da democracia na América Latina… É realmente uma perda total e insubstituível. Hoje me despeço de um amigo e de um líder notável. Todo meu amor por sua família”.
Já o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe afirmou: “Expresso a nossa dor pela morte do ex-presidente Piñera do Chile. Toda a nossa solidariedade à sua família e à democracia do nosso país irmão. O presidente Piñera foi um grande amigo da Colômbia e pessoalmente tive com ele uma amizade, que valorizo muito, desde 2004”.
Até mesmo o ex-presidente boliviano Evo Morales, do outro lado do espectro político, prestou suas condolências.
“Reportagens da imprensa relatam a infeliz morte do ex-presidente do Chile Sebastián Piñera. Participei de inúmeras reuniões internacionais com ele e, embora não concordássemos ideologicamente, trabalhamos lado a lado em diversas questões. Minhas condolências aos seus entes queridos e ao povo chileno”, disse Morales.
No Brasil, a notícia repercutiu com o ex-governador João Doria, de São Paulo, que estivera com Piñera em agenda na última semana de janeiro.
“Recebi com profunda tristeza a notícia do falecimento do ex-presidente do Chile, Sebastian Piñera, vítima de acidente de helicóptero no sul do Chile. Na semana passada jantamos com o Presidente Piñera em São Paulo. Uma perda inestimável”, publicou Doria.