A atividade pecuária no Estado é tradicional e remonta ao período colonial. O Piauí teria sido ocupado do sertão para o litoral com a criação extensiva do gado. Foi nessa época que surgiram as primeiras fazendas de gado bovino no sertão piauiense.
Se tem gado tem vaqueiro. A atividade surgiu junto com a expansão da pecuária no que hoje é o Estado do Piauí. Portando, o vaqueiro está presente aqui há mais de 200 anos.
Uma profissão que se mantém viva nos quatro cantos do Estado. Aliás, o vaqueiro é símbolo do Piauí, uma figura carismática que conquista a admiração e o respeito de crianças, jovens e adultos.
O vaqueiro é uma espécie de super-herói da vida real para o nosso sertanejo. Ele ainda hoje, inspira as novas gerações pela coragem, determinação, mas sobretudo, pela felicidade contagiante. Mesmo em meio às dificuldades reais da vida simples no nosso sertão.
Em muitos municípios do Piauí o vaqueiro é celebrado e festejado no mês de agosto, Dia Nacional do Vaqueiro. Mas também em outras épocas do ano, o herói do campo, é lembrado e homenageado nas tradicionais vaquejadas.
No município de São Raimundo Nonato a Associação dos Vaqueiros reúne mais de 2 mil boiadeiros. Lá, existe também a Missa do Vaqueiro que reúne “chupins” da região da Serra da Capivara e até de Estados vizinhos como Bahia e Pernambuco.
Festa do Vaqueiro de Pedro II
Com o objetivo de preservar a cultura da vaqueirama e tornar público a sua relevância histórica, social e econômica no município vai ser realizado dia 27 de maio a VI edição da Pega do Boi no mato, Manoel Fernandes. O evento vai acontecer na comunidade São Luís, localizada a 20 km da sede do município.
A festividade é realizada no sítio de dona Altina Uchôa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agriculturas Familiares de Pedro II. O vaqueiro Francisco Carneiro, mais conhecido como “Teixeira” é também agricultor familiar há mais de 40 anos, e é um dos organizadores do evento.
Teixeira destaca a felicidade de receber tantos amigos de vaqueirama.
“É muito bom reunir os amigos e esta é uma tradição que vai passando de geração para geração. Meu pai me ensinou. Eu ensinei para aos meus filhos. E assim a profissão vai passando também para os amigos. Um ensinando ao outro”, ressaltou.
A Pega de Boi no Mato
A festa deve reunir cerca de 100 duplas de vaqueiros que vão simular a lida com o gado na caatinga. É uma tarefa secular. O objetivo é pegar, na marra, o boi na mata fechada, por cima de pau e pedra, enfrentando cipós, unha de gato e mandacarus. E é uma luta contra o tempo. Na hora que o cronômetro for disparado, o vaqueiro também dispara mato a dentro.
A meta é cortar a “marra do boi” (que é um cordão fino colocado no pescoço do animal, para facilitar a retirada pelo vaqueiro e não maltratar o bicho). Aquele que fizer isso mais rápido, vence a disputa.
Programação
As atividades estão previstas para iniciar às 7h, com café da manhã, para os vaqueiros. Às 8h ocorre a celebração religiosa.
Já às 9h30 são abertas as inscrições. E às 12h é feita uma pausa para o almoço dos vaqueiros.
Os trabalhos de disputa recomeçam às 14h (no pingo do meio dia) e às 18h serão divulgados os resultados. Ao todo estarão em disputa 4 mil reais em prêmios. A premiação será dividida entre 1°,2°,3°,4°,5°,6° colocados.
As festividades serão encerradas com uma grande festa. As atrações são: Naldo Tigrão, César Araújo, Augusto do Paredão e Matheus locutor.
Por: Douglas Ferreira, com informações do cidadeverde.com