Por Douglas Ferreira
Desde os tempos do Império, o Brasil tem sido um grande exportador de commodities e produtos primários, apenas para reimportar esses mesmos itens em formas processadas e de maior valor agregado. Esta prática, que persiste até os dias de hoje, levanta questões sobre quem realmente perde com isso e por que o país insiste nessa política aparentemente irracional.
Aqui estão sete exemplos de produtos nos quais o Brasil exporta a preços baixos para importar a preços mais altos:
- Minério de ferro: Apesar de ser um dos maiores exportadores mundiais, o Brasil não consegue converter minério de ferro em produtos siderúrgicos de maior valor, resultando na necessidade de reimportação desses produtos.
- Soja: O Brasil exporta grandes quantidades de soja, mas ainda precisa importar produtos derivados, como óleo e farelo, devido à falta de capacidade de processamento interno.
- Açúcar: Embora seja o maior produtor mundial, o Brasil muitas vezes importa açúcar refinado para atender demandas específicas do mercado interno, devido à insuficiente indústria de refino.
- Carne de frango: A limitada capacidade de agregar valor leva à importação de produtos avícolas processados, apesar das grandes exportações de carne de frango.
- Couro: Apesar das exportações de couro, o Brasil ainda importa produtos acabados, como bolsas e sapatos, devido à falta de capacidade de produção interna.
- Nióbio: O Brasil é o maior produtor, mas carece de produção de componentes que utilizam nióbio, resultando na importação de produtos finais que o contêm.
- Celulose: Apesar de ser o maior produtor mundial, a indústria de papel no Brasil não atende a todas as demandas, levando à importação de tipos especializados de papel.
Essa prática ressalta uma lacuna entre o potencial de produção e a capacidade de processamento e agregação de valor dentro do país. A dependência contínua de importações de produtos processados sugere a necessidade de desenvolver capacidades industriais internas para reduzir essa discrepância econômica.