Por Wagner Albuquerque
Um tribunal argentino iniciou na quarta-feira, 26, o julgamento de Fernando Sabag Montiel, brasileiro acusado de tentativa de homicídio premeditado contra a ex-presidente Cristina Kirchner. O incidente ocorreu em 1º de setembro de 2022, quando Montiel, junto com sua namorada e outro indivíduo, tentou atirar contra Kirchner em frente à sua residência, porém a arma falhou. O julgamento também inclui Brenda Uliarte e Nicolás Carrizo, coacusados no caso, que terão suas participações investigadas durante as sessões judiciais semanais.
Durante a primeira audiência, foi lido o pedido de submissão a julgamento, detalhando os eventos da tentativa de homicídio. Estão programadas audiências regulares de quatro horas, com uma extensa lista de 230 testemunhas, incluindo a própria Cristina Kirchner. Montiel, em seu depoimento inicial, tentou dissociar sua ex-companheira Uliarte do plano, afirmando que ela desejava a morte de Kirchner, mas não estava envolvida na execução do ataque.
Montiel admitiu abertamente sua intenção de matar Cristina Kirchner, fundamentando seu ato em frustrações pessoais e críticas políticas. Em um depoimento tumultuado, ele mencionou sentir-se marginalizado pela situação econômica e social do país. Apesar de confessar o crime, Montiel demonstrou ambivalência, sugerindo certo arrependimento retrospectivo pela tentativa de homicídio.
A acusação sustenta que o ataque foi planejado para gerar medo e desestabilizar o governo, embora a juíza María Eugenia Capuchetti tenha descartado a ligação com organizações políticas ou financiamento externo. Os réus enfrentam acusações de tentativa de homicídio agravada pelo uso de arma de fogo e premeditação perante o tribunal, que conduzirá o julgamento baseado nas provas apresentadas e nos depoimentos das testemunhas ao longo das próximas sessões.