Por Douglas Ferreira

Os argumentos contraditórios e os aumentos salariais dos governadores têm gerado polêmica e indignação. Enquanto a maioria justifica a falta de receita para reajustar os salários dos servidores estaduais, alguns líderes políticos têm aproveitado para aumentar exponencialmente os próprios rendimentos. Senão vejamos!

No Maranhão, por exemplo, o governador Carlos Brandão (PSB) teve o salário elevado em surpreendentes 107% neste mês. O rendimento mensal do governador maranhense saltará de R$ 15.915 para R$ 33.006,39 a partir de junho. A justificativa do Palácio dos Leõs, sede adminsitrativa do governo, foi de que Brandão possuía o menor salário entre os governadores do país e não recebia reajuste desde 2014.

Outro caso emblemático é o de Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, que teve um aumento de 278% aprovado em maio passado. O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou um pedido para reverter esse acréscimo em dezembro do mesmo ano. Com isso, o subsídio mensal de Zema subiu de R$ 10,5 mil para R$ 41,8 mil.

Já Raquel Lyra (PSDB), em Pernambuco, sancionou um aumento de 129%. Embora a Assembleia Legislativa do Estado tenha aprovado um salário de R$ 22 mil para o governador, Lyra optou por manter seu salário anterior como procuradora do Estado, recebendo R$ 42.145 mensais. Esse valor supera em quase 38 vezes a renda per capita média do pernambucano em 2023, que é de R$ 1.113, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Aqui estão os salários dos governadores de alguns estados brasileiros:

• Sergipe: Fábio Mitidieri (PSD) – R$ 44.008,52
• Acre: Gladson Cameli (PP) – R$ 40.137,69
• Minas Gerais: Romeu Zema (Novo) – R$ 39.717,69
• Mato Grosso do Sul: Eduardo Riedel (PSDB) – R$ 35.462,27
• Rondônia: Marcos Rocha (União) – R$ 35.462,22
• Rio Grande do Sul: Eduardo Leite (PSDB) – R$ 35.462,22
• Bahia: Jerônimo Rodrigues (PT) – R$ 36.171,46
• Pará: Helder Barbalho (MDB) – R$ 35.363,55
• São Paulo: Tarcisio de Freitas (Republicanos) – R$ 34.572,89
• Roraima: Antonio Denarium (PP) – R$ 34.299,00
• Amazonas: Wilson Lima (União) – R$ 34.070,00
• Piauí: Rafael Fonteles (PT) – R$ 33.806,39
• Paraná: Ratinho Junior (PSD) – R$ 33.763,00
• Maranhão: Carlos Brandão (PSB) – R$ 33.006,39
• Amapá: Clecio Luis (Solidariedade) – R$ 33.000,00
• Paraíba: João Azevedo (PSB) – R$ 32.434,82
• Espírito Santo: Renato Casagrande (PSB) – R$ 30.971,84
• Mato Grosso: Mauro Mendes (União) – R$ 30.862,79
• Distrito Federal (Brasília): Ibaneis Rocha (MDB) – R$ 29.951,94
• Alagoas: Paulo Dantas (MDB) – R$ 29.365,63
• Goiás: Ronaldo Caiado (União) – R$ 29.234,38
• Tocantins: Wanderlei Barbosa (Republicanos) – R$ 28.070,00
• Santa Catarina: Jorginho Mello (PL) – R$ 25.322,25
• Pernambuco: Raquel Lyra (PSDB) – R$ 22.000 (mas ela recebe R$ 42.145,88 como procuradora do estado)
• Rio Grande do Norte: Fátima Bezerra (PT) – R$ 21.914,76
• Rio de Janeiro: Claudio Castro (PL) – R$ 21.868,14
• Ceará: Elmano de Freitas (PT) – R$ 20.629,59]

Detalhe, o salário do governador do nanico Estado do Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), figura no topo do ranking com R$ 44.008,52, superando até o do governador de São Paulo, o mais rico da Federação.