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Publicado em: 26 outubro 2023 às 10:28 | Atualizado em: 26 outubro 2023 às 10:52

Tratamento inovador com a célula 'T' levou à remissão do câncer de paciente em Ribeirão Preto/SP

Compare o antes e o depois do tratamento do câncer com CAR-T – Foto: Reprodução

Uma abordagem terapêutica inovadora tem demonstrado resultados notáveis no tratamento do câncer no Brasil. A terapia celular CAR-T (Chimeric Antigen Receptor T-Cell), desenvolvida em colaboração entre a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto, está apresentando resultados promissores no combate a determinados tipos de câncer.

Um exemplo impactante é o caso de Paulo Peregrino, um paciente de 61 anos que lutava contra o câncer por 13 anos. Após ter recebido cuidados paliativos e, posteriormente, o tratamento com CAR-T Cell, ele experimentou uma remissão completa do linfoma em apenas um mês. O caso dele foi retratado numa reportagem da Record News e chamou a atenção do Brasil inteiro para esse avanço da medicina brasileira.

Mas afinal, como funciona essa terapia inovadora? Para compreender em profundidade seu mecanismo, a equipe de reportagem de Record consultou o Dr. Vanderson Rocha, professor da Faculdade de Medicina da USP e Coordenador Nacional de Terapia Celular da Rede D’Or.

A terapia CAR-T Cell é uma abordagem revolucionária que envolve a modificação genética das células T do sistema imunológico do paciente para atacar especificamente as células cancerosas. Isso é alcançado inserindo um receptor de antígeno quimérico (CAR) nas células T, que as torna capazes de identificar e destruir as células malignas com alta precisão. Essa personalização do tratamento, adaptando-o às características do câncer de cada paciente, é uma das principais inovações desse método.

Médico Vanderson Rocha e Paulo Peregrino em registro durante o tratamento. Foto: Reprodução

A terapia CAR-T tem se mostrado eficaz principalmente no tratamento de cânceres hematológicos, como a leucemia linfoblástica aguda e o linfoma. No entanto, a pesquisa continua avançando para expandir o alcance dessa terapia a outros tipos de câncer sólidos, como câncer de pulmão e câncer de mama.

A origem dessa terapia no cenário brasileiro é notável, sendo resultado de uma colaboração entre instituições de prestígio, e ressalta o potencial inovador da comunidade médica e científica do país. É um exemplo de como a pesquisa e desenvolvimento de tratamentos avançados não estão limitados a centros internacionais, mostrando a capacidade e a expertise dos profissionais brasileiros.

Quanto ao acesso à terapia CAR-T pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é um assunto que requer discussão e planejamento. Dado o potencial desse tratamento, a inclusão dele no SUS poderia representar um grande avanço no combate ao câncer no Brasil, garantindo que a inovação médica esteja disponível para um maior número de pacientes. No entanto, isso depende de considerações financeiras, regulatórias e logísticas, e é um tópico importante a ser debatido em nível nacional.

Em resumo, a terapia CAR-T Cell representa um avanço significativo no tratamento do câncer, com resultados notáveis e promissores. A colaboração entre instituições brasileiras na pesquisa e desenvolvimento desse tratamento é uma demonstração do potencial da comunidade médica e científica do país. A discussão sobre a inclusão desse tratamento no SUS é um próximo passo relevante para ampliar o acesso a essa inovação médica e proporcionar mais esperança para pacientes com câncer.

Por Douglas Ferreira com informações da Record News