Por Douglas Ferreira
A situação no Rio Grande do Sul continua aterrorizante e, para piorar, a perspectiva é de um agravamento ainda maior. A meteorologia alerta para a chegada iminente de um ciclone extratropical, prevendo mais chuvas intensas e ventos devastadores. Esses novos eventos climáticos têm o potencial de causar danos adicionais e aumentar o trágico número de mortes já registrado. Até o momento, 95 vidas foram perdidas em todo o Estado.
Os números dessa tragédia no Sul são estarrecedores: mais de 400 mil pontos estão sem energia elétrica e meio milhão de pessoas enfrentam a escassez de água potável. Além disso, há 128 pessoas desaparecidas e quase 1,5 milhão de indivíduos foram afetados pelos desdobramentos dessas fortes chuvas.
Em um boletim recente divulgado pela Defesa Civil, confirma-se que o número de mortos permanece em 95, com 128 pessoas ainda desaparecidas. Além disso, 372 indivíduos estão feridos e há 4 óbitos em investigação. A situação é preocupante, com mais de 66 mil desabrigados e cerca de 159 mil desalojados, demonstrando a extensão do impacto dessa tragédia em comunidades por todo o Estado.
Das 497 cidades do Rio Grande do Sul, impressionantes 414 foram afetadas pelas chuvas intensas, o que equivale a 83% do território estadual. As escolas também foram duramente atingidas, com a suspensão das aulas em mais de 2.300 unidades, afetando mais de 327 mil alunos. Até o momento, 941 escolas foram impactadas, das quais 421 foram danificadas e 71 estão sendo utilizadas como abrigo.
Essa tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que assolou a região metropolitana de Nova Orleans, nos EUA, em 2005, resultando em mais de mil mortes. Profissionais de saúde apontam semelhanças alarmantes entre as duas situações, incluindo a falta de medidas preventivas adequadas e a ausência de uma coordenação eficaz no enfrentamento de desastres naturais.
A população do Rio Grande do Sul enfrenta novos desafios, com a ameaça iminente de enchentes nas áreas próximas à Lagoa dos Patos. A água que inundou Porto Alegre e região agora flui em direção ao mar, sob o risco de agravamento devido à frente fria que se aproxima, trazendo mais chuvas e queda de temperatura.
Diante desse cenário crítico, a solidariedade se faz urgente. A Defesa Civil gaúcha está recebendo doações para ajudar as vítimas, incluindo colchões, roupas, cobertores, água potável e alimentos. Além disso, é crucial que as pessoas resgatadas evitem retornar às áreas alagadas, devido aos riscos à saúde e à segurança. Com o transbordamentos dos rios as fossas também transbordaram e há o perigo ainda da contaminação com leptospirose, doença transmitida pela urina do rato.
Nesse momento de adversidade, a união e a colaboração de todos são fundamentais para superar essa tragédia e ajudar aqueles que mais precisam.