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Publicado em: 7 julho 2024 às 15:44 | Atualizado em: 7 julho 2024 às 15:47

Tragédia no Nevado Coropuna: Drama familiar chega ao fim com a morte do montanhista brasileiro Marcelo Motta Delvaux

Por Douglas Ferreira com informações G1

O montanhista Marcelo Delvaux já havia escalado 150 montanhas pelo mundo, inclusive, o Everest – Foto: Reprodução

O angustiante desaparecimento de Marcelo Motta Delvaux, montanhista experiente e natural de Juiz de Fora, chegou a uma triste conclusão. Marcelo havia desaparecido no dia 30 de junho enquanto escalava o Nevado Coropuna, no Peru, a quarta montanha mais alta do país com aproximadamente 6.300 metros de altitude. Após uma semana de intensas buscas, foi confirmado que ele caiu em uma greta, uma rachadura profunda na geleira, e não sobreviveu.

As buscas começaram no dia 4 de julho, conduzidas pela Polícia de Arequipa e uma equipe de guias profissionais contratada pela família. De acordo com os dados do GPS, Marcelo chegou ao topo do Coropuna Oeste por volta das 15 horas do dia 30 de junho e começou a descida logo depois. Infelizmente, próximo a 6.300 metros, o sinal do GPS parou de se mover, indicando que algo havia acontecido.

O buraco onde Marcelo teria caído é profundo e de difícil acesso – Foto: Reprodução

A confirmação da tragédia veio neste domingo, 7 de julho, quando as equipes de resgate localizaram a greta onde Marcelo caiu. Segundo a irmã dele, Patrícia Delvaux, a profundidade e instabilidade do local tornam impossível o acesso à greta, e após sete dias sem sinais de vida, as esperanças se desvaneceram.

“Não há como entrar na greta pela profundidade e instabilidade do lugar. Infelizmente, não há chance dele estar vivo”, lamentou Patrícia.

Marcelo Motta Delvaux era montanhista profissional há 25 anos e um guia respeitado. Ele havia escalado mais de 150 montanhas nos Andes e no Himalaia, sendo considerado um dos mais experientes na comunidade de montanhistas. Natural de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, Marcelo passava boa parte do ano escalando e guiando montanhas nos Andes, compartilhando sua paixão e conhecimento com outros entusiastas do montanhismo.

Equipamentos de Marcelo encontrados próximos ao buraco – Foto: Reprodução

“Ele tentou fazer uma rota diferente pelo oeste, que atravessa a geleira. Chegou no dia 25 e, no mesmo dia, caminhou, montou um acampamento, onde permaneceu por mais 2 dias, e fez poucos deslocamentos”, contou.

A perda de Marcelo Motta Delvaux é um duro golpe para a comunidade de montanhistas e para todos que o conheciam. Seu legado de paixão pelas montanhas e suas inúmeras conquistas permanecerão na memória daqueles que tiveram o privilégio de escalar ao seu lado

O Itamaraty foi contatado para obter informações adicionais sobre o acompanhamento do caso, e a família aguarda respostas.