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Publicado em: 5 outubro 2023 às 16:10 | Atualizado em: 5 outubro 2023 às 21:52

Traficantes executaram médicos na Barra por engano; áudio comprova o erro

A semelhança entre o miliciano Taillon de Alcântara Pereira (esquerda) e o médico Perseu Almeida é incrível – Foto: Reprodução

Atualizada às 21h30

Um áudio interceptado pela Polícia Civil indica que traficantes podem ter confundido mesmo um médico com um miliciano, levando ao assassinato de três médicos inocentes em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No áudio, um homem ligado ao tráfico menciona o local do ataque, sugerindo que o alvo era um ponto conhecido como “Posto 2”, onde o crime ocorreu.

A investigação está explorando a possibilidade de que o ortopedista Perseu Ribeiro de Almeida, de 33 anos, tenha sido, de fato, confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, um miliciano condenado por liderar uma milícia na Zona Oeste do Rio. As autoridades afirmam que Perseu tem semelhanças físicas com Taillon, como peso, altura, cabelo e barba.

O áudio também menciona o traficante Juan Breno Malta, associado a Philip Motta, conhecido como Lesk, que era miliciano da Gardênia Azul e mudou de facção. Além disso, o carro usado no crime foi rastreado até a Cidade de Deus, controlada por criminosos rivais da milícia da Muzema e Rio das Pedras.

Taillon, filho de Dalmir Pereira Barbosa, é considerado parte de uma quadrilha que atua em várias regiões da Zona Oeste do Rio. Ele teve a prisão preventiva decretada em dezembro de 2020 por envolvimento em atividades criminosas.

No entanto, em setembro deste ano, Taillon obteve liberdade condicional, morando próximo ao local do crime. A decisão de liberdade condicional impõe condições rigorosas, como comparecimento periódico ao tribunal, restrições de horário e comportamento adequado.

Taillon havia sido condenado a oito anos e quatro meses de prisão por liderar a quadrilha envolvida em atividades ilegais, como exploração de transporte alternativo, serviços básicos e cobrança de “taxa de segurança”.

A investigação continua examinando todas as pistas para entender as circunstâncias do crime e se os médicos foram mortos por engano devido à semelhança física entre Perseu e Taillon.


A principal linha de investigação do ataque a tiros na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, sugere que os quatro médicos foram baleados por engano. Três dos médicos perderam a vida no incidente, e um está hospitalizado. Uma das hipóteses é que traficantes tinham como alvo um miliciano da região de Jacarepaguá, conhecido por Taillon, que se assemelhava a uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida.

De acordo com essa linha de investigação, o alvo original seria Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que tem semelhanças físicas com o médico Perseu Ribeiro Almeida. Ele é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais líderes de uma milícia que atua na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Taillon foi preso em uma operação no final de 2020.

Taillon mora próximo ao quiosque onde ocorreu o crime, e a polícia está investigando se alguém viu o grupo de médicos sentado e informou os criminosos. Nas imagens da câmera de segurança, é possível ver um dos atiradores voltando para verificar Perseu, que já estava ferido.

Outras linhas de investigação ainda não foram descartadas. Os investigadores acreditam que o crime pode não ter sido planejado com antecedência e que os criminosos receberam informações sobre a localização da suposta vítima e decidiram agir imediatamente. Isso explicaria por que um dos assassinos estava vestindo bermuda, o que é incomum em execuções planejadas. Os outros criminosos estavam com camisas e calças escuras, mas não cobriram os rostos.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro considera o incidente como uma execução, pois nada foi roubado, e os criminosos chegaram atirando. Testemunhas relataram que os agressores não disseram nada durante o ataque.

A investigação está em andamento, e a Polícia Federal foi acionada para acompanhar o caso, especialmente devido à proximidade de uma das vítimas com a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Redaçãol Move Notícias