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Publicado em: 18 maio 2024 às 22:13 | Atualizado em: 18 maio 2024 às 22:14

TikTok é apontado como ferramenta de espionagem chinesa, afirma líder da inteligência do Canadá

Por Wagner Albuquerque

David Vigneault. Foto: Reprodução.

O diretor do Serviço Canadense de Inteligência de Segurança (CSIS), David Vigneault, lançou graves acusações contra o governo chinês durante uma entrevista à rede CBC, agendada para ser transmitida neste sábado (18). Vigneault afirmou que a China está engajada em uma estratégia global de coleta de dados pessoais de estrangeiros, com o TikTok sendo apontado como uma ferramenta-chave nessa campanha. Ele destacou que essa prática representa uma ameaça à segurança dos cidadãos em todo o mundo, alertando enfaticamente contra o uso do aplicativo.

As declarações de Vigneault surgem em meio a crescentes preocupações internacionais sobre a segurança dos dados dos usuários do TikTok, especialmente após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionar uma lei que pressiona a ByteDance, empresa controladora do aplicativo, a negociá-lo no país. Alega-se que os servidores do TikTok estão na China, levantando dúvidas sobre a proteção da privacidade dos usuários.

O debate em torno do TikTok não é novo e tem sido impulsionado por receios de que a ByteDance possa ser legalmente obrigada a cooperar com Pequim, conforme estabelecido pela Lei de Inteligência Nacional da China de 2017. Além disso, o diretor do CSIS destacou que a questão do TikTok está inserida em um contexto mais amplo de vigilância estatal por parte do Partido Comunista Chinês (PCC), que emprega análises de big data e inteligência artificial para proteger seus interesses.

Diante das acusações, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu analisar a situação com cautela, reconhecendo a importância das preocupações levantadas pelo diretor do CSIS. Enquanto isso, a ByteDance negou veementemente as alegações, afirmando que nunca compartilhou dados de usuários canadenses com o governo chinês e assegurando que a segurança dos usuários é sua prioridade, inclusive argumentando que seus servidores não estão mais localizados na China.