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Publicado em: 9 dezembro 2023 às 18:41 | Atualizado em: 9 dezembro 2023 às 18:58

Tensão persiste entre Venezuela e Guiana, mas presidente guianense sinaliza abertura ao diálogo sobre Essequibo

Por Douglas Ferreira

Irfaan Ali, presidente da Guiana declarou publicamente que está aberto ao diálogo com o governo do ditador Nicolás Maduro sobre Essequibo – Foto: Reprodução

As movimentações das forças venezuelanas na fronteira sugerem uma possível invasão, após a autorização do povo venezuelano para o governo de Maduro ocupar a Guiana Essequiba, que corresponde a aproximadamente 70% do território guianense. Contudo, um pronunciamento do ditador venezuelano pode abrir caminho para um possível entendimento entre as nações. Segundo Irfaan Ali, presidente da Guiana, “não há objeções ao diálogo”. Ele destacaria a disposição para “sentar, conversar e discutir abertamente”.

A mudança de tom ocorreu após Nicolás Maduro defender a necessidade de “sentar e conversar” sobre o território, controlado pela Guiana, mas reivindicado pela Venezuela. Irfaan Ali enfatizou o comprometimento com a paz na região e ressaltou que a Corte Internacional de Justiça será responsável por decidir sobre a polêmica na fronteira Guiana/Venezuela. Ele declarou abertamente que “não se opõe a conversas e reuniões responsáveis entre as partes”.

A declaração de Ali ocorre no mesmo dia em que Maduro assinou decretos para incorporar Essequibo ao território venezuelano, um passo concreto após a aprovação do referendo pela anexação.

A postura conciliatória contrasta com a abordagem anterior de Maduro e reflete uma intermediação esperada, com o Brasil, representado por Lula da Silva, defendendo o diálogo entre os países sul-americanos. Os Estados Unidos, que apoiam a Guiana, já anunciaram sobrevoos militares sobre a região de Essequibo e o restante do país.

A disputa por Essequibo persiste há mais de um século, representando dois terços do território da Guiana. A Corte Internacional de Justiça decidiu que a Venezuela não pode anexar Essequibo, e a Guiana pediu ajuda à ONU e à Corte para interromper o referendo venezuelano. A decisão final sobre a propriedade de Essequibo pode levar anos e permanece como uma questão complexa e delicada nas relações entre os dois países”.