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Publicado em: 3 fevereiro 2024 às 07:32 | Atualizado em: 3 fevereiro 2024 às 08:53

Sítio arqueológico em São Luís do Maranhão pode reescrever história do Brasil

Por Douglas Ferreira

43 esqueletos foram encontrados; estão sendo feitas análises para saber a idade de tudo que foi descoberto – Foto: Reprodução de W Lage Arqueologia

A descoberta surpreendente de um sítio arqueológico em São Luís do Maranhão, noticiada anteriormente pelo Move Notícias, tem o potencial de reescrever a história do Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A riqueza do material arqueológico encontrado, incluindo 43 esqueletos humanos e mais de 100 mil artefatos pré-históricos, indica que a presença humana no Brasil pode ter ocorrido 1.400 anos antes do que se pensava anteriormente.

A descoberta foi resultado de um estudo de impacto encomendado por uma construtora brasileira antes do início de uma grande obra na capital do Maranhão. Os arqueólogos envolvidos na pesquisa encontraram não apenas vestígios habituais, mas também ossos e resquícios humanos que apontam para uma ocupação humana no Brasil muito antes do imaginado.

Junto aos esqueletos cerca de 100 mil artefatos – Foto: Reprodução

Os dados indicam quatro eras distintas de ocupação no local, com a camada mais superficial sendo deixada pelo povo Tupinambá, seguida por uma camada de sambaqui. A descoberta mais notável está a dois metros abaixo da superfície, onde foram encontrados artefatos de cerâmica rudimentar datando de oito a nove mil anos atrás.

O sítio arqueológico já foi cadastrado e protegido pela lei 3.924/61, com exigência de garantia financeira do empreendedor para a pesquisa e manutenção dos artefatos. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) destacou que o sítio representa um marco significativo na compreensão do Brasil pré-histórico.

Tudo está sendo devidamente identificado e catalogado – Foto: Reprodução

A pesquisa, em andamento desde 2019, envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo arqueólogos, químicos, historiadores e um cineasta documentarista. A Universidade Federal do Maranhão – UFMA, foi designada como responsável pela guarda do sítio arqueológico, e um novo laboratório está sendo construído para a análise detalhada e catalogação dos artefatos.

A magnitude dessa descoberta tem gerado interesse não apenas localmente, mas também na comunidade científica nacional, e os pesquisadores planejam publicar os resultados após a análise minuciosa e a catalogação completa dos artefatos.