Por Wagner Albuquerque
Ao longo de duas décadas, o Piauí passou por uma notável transformação em sua estrutura econômica, conforme revela um levantamento da Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), utilizando dados do IBGE. Municípios como Barreira do Piauí, Corrente, Bom Jesus, Uruçuí, Gilbués, Currais, Landri Sales e Monte Alegre do Piauí, que outrora tinham a predominância do setor de serviços, testemunharam uma transição significativa para a agropecuária como atividade principal. Esse movimento é impulsionado, sobretudo, pelo crescimento na produção de soja e outros grãos, alterando a dinâmica econômica local.
Adicionalmente, cidades como São João do Piauí, Lagoa do Barro do Piauí, João Costa, Simões, Fronteiras, Queimada Nova e Marcolândia, anteriormente centradas em serviços, agora veem a indústria emergir como a principal força propulsora de suas economias. A geração de energia elétrica, especialmente por meio de fontes renováveis como eólica e solar, desempenha um papel crucial nesse desenvolvimento econômico.
Apesar de o setor de serviços ainda manter sua predominância no PIB do Piauí, representando mais de 70% do total, o estudo revela um aumento significativo na participação da agropecuária e da indústria. Em 2002, a administração pública era responsável por 86% das principais atividades econômicas, seguida por serviços (8,1%), agropecuária (4%) e indústria (1,9%). Já em 2021, embora a administração pública ainda liderasse com 87,9%, observou-se um crescimento na agropecuária (5,8%) e na indústria (4,5%). Essa mudança reflete uma transformação na estrutura econômica do estado ao longo do tempo.
Embora o PIB estadual permaneça fortemente concentrado em 10 municípios, incluindo Teresina e Parnaíba, observa-se um cenário de crescimento significativo em localidades como Queimada Nova, Dom Inocêncio e Simões ao longo de 2021. Além disso, cidades como Ribeiro Gonçalves e Uruçuí têm se destacado, figurando entre os 10 maiores PIBs do Piauí, especialmente devido à produção agrícola.
Conforme indicado pelo estudo da Seplan, o PIB do Piauí está passando por um processo de descentralização nos últimos anos, expandindo-se para além das grandes cidades do estado. O desafio agora é acelerar ainda mais esse processo, permitindo que municípios menores desempenhem um papel mais expressivo no PIB, contribuindo para um desenvolvimento econômico mais equitativo.