Enquanto SP registra taxa de 8,4 mortes por 100 mil habitantes, o Piauí ostenta índices preocupantes
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quinta-feira, 20, fez um ‘Raio X’ da segurança pública no Brasil. E também o ranking das mortes por arma de fogo nos 26 Estados e no Distrito Federal.
Um dado surpreendeu aqueles que costumam associar o número de armas legais aos altos índices de mortalidade no país. São Paulo, Estado com maior número de armas de fogo registradas, é, também, a unidade da federação com menor índice de morte violenta intencional por 100 mil habitantes.
Em 2021, eram 194.331 registros de armas de fogo ativos. Este número subiu em 2022 para 283.460. A taxa de mortes violentas intencionais teve variação inversamente proporcional e passou para 8,4. É a menor do Brasil.
O 2º menor indicador de mortes violentas está no Estado sulista de Santa Catarina, com 9,1; E por sua vez é o 4º Estado com maior número de armas registradas no país, 106.605.
Em 3º lugar com melhor taxa de mortes aparece o Distrito Federal. O DF, é o oitavo colocado entre os mais armados. Minas Gerais, o terceiro e ocupa a 4ª posição dos Estados com menos mortes.
Os gaúchos aparecem bem na ‘fita’. O Rio Grande do Sul desponta como o 2º Estado com maior registro de armas de fogo no Brasil. Fica com a sexta melhor taxa de mortes violentas: 19,8.
Já o Amapá é o Estado com menos armas legais, apenas 4.989. Entretanto os dados do Anuário revelam que é aquele com a maior taxa de mortes violentas intencionais no Brasil, 50,6.
Mas e o Piauí, como figura neste ranking? Registra quantas mortes violentas intencionais segundo o Anuário? Qual a cidade piauiense mais violenta?
O Piauí apresenta um desempenho pífio na Segurança Pública. Os crimes de injúria racial e racismo, bem como desaparecimento de pessoas, feminicídio e violência contra a população LGBTQIA+ aumentaram.
A charmosa cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, ocupa a 38ª posição no ranking das 50 cidades mais violentas do Brasil, segundo a 17ª edição do Anuário. Os parnaibanos convivem no dia a dia com uma taxa de mortalidade 46,3 por grupo de 100 mil habitantes.
Esse dado é a soma das vítimas de homicídio doloso, incluindo femincídio, latrocínio (roubo com consequência morte), lesão corporal seguida de morte e morte decorrente de intervenções policial em serviço e fora dele.
Além disso, o número de desparecimento no Piauí aumentou mais de 49% entre 2021 e 2022. Em 2021, houve o registro de 319 pessoas consideradas desaparecidas. Em 2022, o número aumentou para 480.
As denúncias de crimes de ódio também tiveram aumento no Estado, em 2022. Os crimes de racismo no Piauí, por exemplo, aumentaram 65,3% em um ano.
O levantamento indica que 43 denúncias foram registradas em 2022, contra 26 do ano anterior. Os casos de injúria racial, foram 264 em 2022, um aumento de 20% em relação a 2021, com 243 casos.
Já os crimes contra a população LGBTQIA+ também cresceram. Foram 13 casos de violência nos registros policiais em 2022, contra 8 em 2021. Isso porque segundo os órgãos há uma subnotificação de dados no Piauí.
Por Douglas Ferreira