Por Douglas Ferreira
A escalada da violência no Piauí é chocante. Ninguém está o se sente mais seguro em casa, no trabalho ou mesmo na escola. Prova disso foi o assassinato de um estudante numa escola nesta quinta-feira, na saída da aula. A tragédia que vitimou o estudante Maciel Medeiros da Silva, um jovem de 18 anos, na Escola Maria do Carmo Reverdosa, no Dirceu I, reflete uma realidade alarmante na sociedade piauiense. Este triste episódio ilustra a perda de controle sobre a educação dos jovens por parte das famílias e o fracasso do Estado em conter a ascensão do crime organizado e das facções criminosas.
Maciel, mesmo mantendo aparentemente boas relações com seus colegas da escola, já havia sido investigado pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento com uma facção criminosa. Essa investigação teve origem em ameaças de atentados às escolas em todo o Brasil, surgidas no ano de 2023. Apesar das suspeitas, a direção da escola foi convencida pela família a não expulsá-lo, cedendo à proximidade da residência do jovem com o colégio.
O histórico de Maciel também revela uma recente passagem pela polícia, ocorrida apenas alguns dias antes de sua morte. No entanto, a presença de um celular com registro de roubo e furto, encontrado com o rapaz, aponta para um cenário mais amplo de envolvimento com atividades criminosas.
Essa trágica situação evidencia ainda que a sociedade piauiense está perdendo a guerra contra o crime. As famílias não conseguem mais exercer o controle sobre a educação e conduta dos filhos, enquanto o Estado demonstra uma incapacidade flagrante em manter a ordem e combater eficazmente o avanço do crime organizado e das facções.
É urgente que sejam implementadas políticas públicas efetivas de segurança e educação, que envolvam não apenas o policiamento ostensivo, mas também medidas de prevenção e acompanhamento social dos jovens em situação de vulnerabilidade. Caso contrário, episódios como o trágico fim de Maciel Medeiros da Silva continuarão a assombrar nossa sociedade, deixando um rastro de dor e desespero.
A motivação do crime ainda não foi devidamente esclarecida, mas acredita-se que o estudante teria envolvimento com facção criminosa. Até mesmo por conta do “modus operandi” no homicídio que se assemelha à forma de execução das facções.