Por Douglas Ferreira
Após apenas cinco dias desde o início de seu quinto mandato como presidente da Rússia, Vladimir Vladimirovitch Putin surpreendeu a todos ao tomar uma decisão drástica: demitiu o ministro da Defesa, seu antigo aliado Serguei Choigu, e o influente secretário do Conselho de Segurança do país, Nikolai Patruchev. Esta mudança ocorre em um momento crucial, com as forças russas ganhando terreno na invasão da Ucrânia, avançando no leste do país e iniciando uma nova ofensiva ao norte.
Durante o desfile do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial na última quinta-feira (9), Putin estava ao lado de Choigu, sinalizando uma mudança inesperada. O presidente russo, que já havia alertado sobre um possível terceiro conflito global com o Ocidente, escolheu o economista Andrei Belousov para substituir Choigu, que ocupava o cargo há mais de uma década, tornando-se o ministro da Defesa mais duradouro desde o fim da União Soviética.
Embora Choigu tenha sido transferido para o Conselho de Segurança, o general Valeri Gerasimov permanece como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Esta reorganização na cúpula militar russa levanta questões sobre os próximos passos da estratégia de defesa do país, especialmente em meio à escalada do conflito com a Ucrânia.
A nomeação de Belousov, um economista sem histórico militar, para liderar o Ministério da Defesa sugere uma possível militarização da economia russa, com previsões de aumentar os gastos com defesa para até 7% do PIB. Essa mudança indica uma preparação para um conflito prolongado, refletindo a postura agressiva de Putin em relação ao Ocidente.
Enquanto a Rússia se prepara para enfrentar desafios tanto internos quanto externos, esta reorganização ministerial representa uma reviravolta significativa na política russa, deixando analistas e observadores perplexos quanto às implicações futuras dessa mudança. No entanto, a continuidade foi assegurada com a confirmação de Serguei Lavrov como ministro das Relações Exteriores, demonstrando uma medida de estabilidade em meio à agitação política.