A presença recorrente de aguapés no Rio Poti, especialmente durante os meses entre agosto e dezembro, é um fenômeno que parece integrar o ‘calendário ambiental’ de Teresina. Esta proliferação de aguapés é observada em trechos de toda a área urbana da cidade, com pontos críticos, como nas proximidades da Floresta Fóssil e nas imediações da ponte da Avenida Petrônio Portela, no bairro Primavera, zona Norte da capital, onde a concentração é mais evidente. Mas o que está por trás desse fenômeno e por que ele ocorre?
Biólogos e ambientalistas apontam que a principal causa desse problema é a elevada concentração de material orgânico presente nas águas do rio. Esse excesso de matéria orgânica atua como um gatilho para a proliferação dos aguapés, que, por sua vez, surgem como uma resposta da natureza a essa condição desfavorável. Esse processo tem, de fato, fundamentos científicos.
Os órgãos ambientais e o poder público, diante desse desafio, podem adotar medidas para combater esse problema e preservar o ecossistema do Rio Poti. Uma ação crucial seria a implementação de sistemas de tratamento de esgoto antes do despejo no rio. Esse esgoto, quando lançado sem tratamento, é uma das principais fontes de poluição das águas, fornecendo nutrientes que se concentram e estimulam o crescimento dos aguapés.
É importante ressaltar que, apesar de representarem um incômodo para os pescadores devido à dificuldade de navegação e à redução da quantidade de peixes, os aguapés desempenham um papel ecológico relevante, contribuindo para a limpeza da água e o equilíbrio ambiental. No entanto, sua proliferação em excesso indica um desequilíbrio causado pela poluição das águas do Poti.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Semam, mantinha um acordo judicial que estabelecia uma empresa responsável pelo corte, remoção e deslocamento dos aguapés do Rio Poti. Mas essa limpeza deixou de ser feita e a planta flutuante cobra boa parte da superfície do rio, prejudicando a fauna aquática. No entanto, a questão fundamental é a necessidade de tratar o esgoto antes de lançá-lo no rio, a fim de reduzir a poluição e, consequentemente, a proliferação dos aguapés.