Por Wagner Albuquerque
Eric Yuan, CEO e fundador do Zoom, propôs uma inovadora utilização da inteligência artificial: criar um clone digital do usuário para participar de reuniões online em seu lugar. Esse clone não apenas participaria das reuniões, mas também ofereceria sugestões e forneceria um resumo dos acontecimentos posteriormente. O Zoom tem investido em ferramentas de IA para facilitar o trabalho, embora ainda não sejam capazes de substituir as pessoas completamente.
Yuan reconhece que problemas como “alucinações” – responsáveis por erros em sistemas como ChatGPT e Gemini – precisariam ser resolvidos para que essa ideia se torne viável. Apesar disso, ele acredita que o clone digital será o futuro. Em entrevista ao podcast Decoder, do site The Verge, Yuan explicou: “Toda manhã, quando eu acordar, uma IA vai me dizer: ‘Eric, você tem cinco reuniões hoje. Você não precisa participar de quatro delas, apenas de uma. Pode enviar sua versão digital para as outras’”.
Ele acrescenta que este clone digital poderia não só ouvir as reuniões, mas também participar da tomada de decisões. Para isso, cada pessoa teria seu próprio modelo de linguagem de larga escala (LLM, na sigla em inglês) — ou seja, sua própria IA, baseada no contexto individual. Yuan acredita que essa tecnologia ajudaria até mesmo seus funcionários, permitindo que reuniões ocorram sem atrasos, mesmo na ausência física dos participantes.
Entretanto, desafios como segurança e confiabilidade precisam ser superados. Yuan defende que a IA deve ser armazenada localmente, como criptomoedas, para evitar hacking, e que ferramentas serão necessárias para verificar a autenticidade do clone digital. Ele também acredita que, com o tempo, a tecnologia evoluirá para corrigir problemas de alucinações, tornando os clones digitais uma realidade confiável e eficiente.