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Publicado em: 4 julho 2023 às 18:22 | Atualizado em: 6 julho 2023 às 10:17

Reforma tributária pode ter 'cesta básica nacional' para evitar tributação dos produtos

Estado define, hoje, sua própria cesta básica. Governo e Congresso estudam lista de produtos para facilitar desoneração dos itens

Cesta básica nacional estaria fora de tributação – Foto: Divulgação

Tá difícil um consenso em torno do projeto da Reforma Tributária em debate no Congresso Nacional. Nas últimas semanas, um tema que mexe diretamente com a vida da população mais pobre, uma cesta básica que fique foram da tributação. Deputados e senadores se debruçaram, juntamente com o governo, para avaliar o possível impacto dos impostos unificados sobre os preços dos ítens da cesta básica nacional.

O primeiro problema seria a escolha dos produtos que comporia esta cesta. Tem que ser um elenco de produtos essenciais a vida do brasileiro comum. Essa é a questão. A prioridade seria de alimentos naturais (frutas, carnes e hortaliças) ou ainda de baixo processamento (queijos, iogurtes e pães). Mas, há também os produtos de higiene e limpeza já isentos dos impostos federais (PIS, Cofins e, para industrializados, IPI).

Cada Estado, define a alíquota de ICMS para cada uma dessas categorias. Essas alíquotas que são zeradas para alguns produtos em alguns Estados. Entretanto, podem chegar a até 33% de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados – Abras.

A promessa é que Reforma Tributária pode acabar com essa farra das alíquotas em produtos e serviços no país. Prevê um imposto federal unificado, onde para produtos essenciais, a cobrança seria de 50% da alíquota geral.

Estudo da Abras da semana passada aponta que esse desconto de 50% pode não ser suficiente. O modelo em tramitação pode encarecer a cesta básica média do país, diz o levantamento.

O governo e o relator da reforma na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), discordam dos números da Abras. Mesmo assim, se dizem abertos a discutir formas de garantir que a população de baixa renda não seja prejudicada pela reforma.

Cesta básica nacional

Uma das propostas na mesa envolve, justamente, a criação de uma cesta básica nacional padronizada.

Com isso, segundo os defensores da ideia, seria possível reduzir ainda mais a tributação desses itens, que seriam alvos de uma regra específica. A lista fechada facilitaria o cálculo da renúncia de arrecadação do governo e, ao mesmo tempo, evitaria que cada estado fizesse sua própria cesta, gerando distorções locais.

“Quem traz a solução é o próprio relator. Uma proposta de criação de uma cesta básica nacional, que não esteja sujeita também aos 50% do IVA. Essa é a proposta que o Aguinaldo está discutindo com o ministro Fernando Haddad, e eu ouvi do próprio Haddad no sábado. Que ouviriam os técnicos e entrariam no campo da política”, disse ao G1 o presidente da Abras, João Galassi.

Uma lista elaborada pela associação está em análise no Ministério da Fazenda e no gabinete de Ribeiro. A relação tem 34 itens e inclui produtos que, hoje, não são considerados “cesta básica” no país – água sanitária, absorvente íntimo e fralda descartável, por exemplo.

Até a tarde desta terça, o relator da reforma tributária e o governo ainda não haviam sinalizado se concordam, ou não, com a formalização dessa cesta básica nacional.

A decisão deve ser tomada ainda nesta semana, já que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), pretende colocar a reforma em votação antes do recesso parlamentar (tradicionalmente, na segunda quinzena de julho).

Veja abaixo a lista sugerida pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras):

  • Alimentação: carne bovina, carne de frango, carne suína, peixe e ovos; farinhas de trigo, de mandioca e de milho, massas alimentícias e pão francês; leite UHT, leite em pó, iogurte, leite fermentado, queijos, soro de leite e manteiga; frutas, verduras e legumes; arroz, feijão e trigo; café, açúcar, óleo de soja, óleo vegetal e margarina.
  • Higiene pessoal: sabonete, papel higiênico, creme dental, produtos de higiene bucal, fralda descartável e absorvente higiênico.
  • Limpeza: detergente, sabão em pó e água sanitária.

Com informações do G1