Por Douglas Ferreira
A trajetória de Jesus Cristo, marcada pela via sacra, já foi representada no cinema desde os primórdios da sétima arte. Contudo, nenhum cineasta conseguiu abordar a passagem de Cristo entre os homens como Martin Scorsese. A polêmica obra “A Última Tentação de Cristo” completa agora 30 anos, e Scorsese embarca em um novo projeto intitulado “A Vida de Jesus”. O que podemos esperar dessa produção? O renomado diretor promete trazer mais polêmica ou revelações sobre a vida de Jesus? Será fiel ao texto sagrado ou refletirá a interpretação do autor do livro que inspirou a obra?
Scorsese revela que o roteiro foi desenvolvido em colaboração com o crítico e cineasta Kent Jones. E que o roteiro tem como base o livro “A Life of Jesus”, do romancista japonês Shūsaku Endō.
O cineasta, que recebeu conselhos do Papa Francisco, expressa seu compromisso em responder ao chamado do pontífice aos artistas, utilizando a cinematografia como meio de imaginação e criação. “A Vida de Jesus” busca, por meio da adaptação do livro de Shūsaku Endō, apresentar uma perspectiva única sobre a personalidade de Jesus, destacando aspectos como seu senso de humor, bondade, astúcia, raiva, ternura e brincadeira.
Desse modo, Scorsese pretende oferecer uma nova abordagem aos ensinamentos fundamentais de Jesus, explorando sua relevância nos tempos contemporâneos. O cineasta busca desmitificar a palavra “religião” e sua associação a conotações negativas, propondo uma reflexão sobre os ensinamentos antigos e sua influência na forma como as pessoas conduzem suas vidas, mesmo que optem por rejeitá-los.
Com uma duração prevista de até 80 minutos, “A Vida de Jesus” promete uma análise profunda e acessível sobre a figura central do cristianismo nos dias de hoje.