Por Douglas Ferreira
Após anunciar o fechamento de mais de 300 lojas, a rede de supermercados Dia no Brasil entra com pedido de recuperação judicial, enfrentando um passivo de R$ 1 bilhão em dívidas.
A rede de supermercados Dia protocolou nesta quinta-feira (21) um pedido de recuperação judicial para sua operação no Brasil, uma semana após ter anunciado o encerramento de 343 lojas e três centros de distribuição no país.
Com um passivo de R$ 1 bilhão em dívidas, a maior parte delas com fornecedores e bancos, o grupo de origem espanhola busca proteção judicial para evitar a execução imediata de suas obrigações. A ação será analisada na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, aguardando decisão sobre os pedidos.
As dívidas declaradas pela rede de supermercados incluem também passivos trabalhistas e obrigações com microempresas e empresas de pequeno porte. O pedido de recuperação judicial inclui uma solicitação de tutela cautelar incidental, visando impedir a execução de dívidas prestes a vencer.
Em comunicado, o Dia afirmou que busca, por meio da recuperação judicial, superar sua atual situação econômica e financeira, mantendo suas operações concentradas apenas no estado de São Paulo, onde serão preservadas 244 unidades.
A Alvarez&Marsal, empresa de assessoria financeira, está encarregada do plano de reestruturação da rede. O pedido de recuperação judicial enfatiza que a crise de liquidez do Dia no Brasil se intensificou em 2022, com uma queda nas vendas registrada desde o ano anterior.
O modelo de negócio do Dia, focado em promoções e com um forte apelo de preço baixo, foi afetado por aumentos expressivos nos preços das commodities e pela concorrência dos atacarejos, resultando na perda significativa de clientes e na redução do lucro operacional.
Apesar dos desafios, a rede enfatiza que suas operações são viáveis e que, mesmo com o fechamento de lojas e a redução de funcionários, continuará a ser um grande gerador de empregos no setor de supermercados.
Fundada em 1979 em Madrid, a rede Dia expandiu-se globalmente, chegando ao Brasil em 2001. Reconhecida pela ampla variedade de produtos de marca própria, enfrenta desafios financeiros em várias de suas operações internacionais, tendo vendido sua operação em Portugal no ano passado.