Por Douglas Ferreira com informações do Brazil Journal
A Randon, por meio de sua equipe de engenharia, está prestes a concluir um projeto inovador: um trator autônomo revolucionário capaz de estacionar carretas de forma totalmente autônoma. Este projeto pioneiro coloca o Brasil na vanguarda da inovação, combinando a expertise técnica da equipe de engenheiros da Randon com automação e inteligência artificial. O veículo autônomo, denominado carinhosamente de “tratorzinho,” tem previsão de estar operacional em dois anos, representando um avanço notável na indústria automotiva.
Atualmente em fase de testes, esse primeiro veículo autônomo da Randon não se trata de um caminhão autônomo convencional, pois a empresa não busca competir diretamente com as montadoras, suas principais clientes de autopeças. Segundo o CEO Sérgio Carvalho, o “tratorzinho” foi desenvolvido para deslocar carretas em ambientes controlados sem a necessidade de intervenção humana. Carvalho descreve a funcionalidade do veículo, destacando sua capacidade de mover sozinho carretas para áreas de estacionamento, uma façanha inédita mundialmente.
Esse veículo autônomo representa uma solução integrada de hardwares, inteligência artificial e machine learning, aproximando-se do nível 5 de automação, o mais alto grau de autonomia. A previsão é que o “tratorzinho” seja lançado no mercado nos próximos dois anos, marcando um passo significativo no avanço dos veículos autônomos.
Essa inovação é apenas uma das contribuições dos “professores pardais” da Randon, termo carinhosamente utilizado por Carvalho para se referir aos engenheiros e cientistas do Instituto Hercílio Randon e do Centro Tecnológico Randon. Com 290 profissionais, a maioria com mestrado e doutorado, esse grupo tem desempenhado um papel transformacional na empresa, buscando a disrupção no setor automotivo e explorando atividades complementares ao negócio das montadoras.
A Randon continua sua busca por inovação, considerando áreas como a de material compósito, que têm grande potencial. O CEO enxerga um faturamento de R$ 1 bilhão em um futuro próximo nesse segmento, impulsionado por recentes criações, como um aditivo nanoestruturado com nióbio que aumenta a resistência à corrosão em até 70%.
Apesar da queda de 20% no faturamento da área de tecnologia avançada no terceiro trimestre, devido à escassez de semicondutores na subsidiária Auttom, Carvalho destaca que as inovações estão impactando positivamente outras áreas da empresa. A Randon, com um faturamento de R$ 2,9 bilhões no terceiro trimestre, mantém um desempenho superior ao setor de caminhões, mesmo com uma queda de 5%.
A empresa enfrenta desafios, como o excesso de estoque de matéria-prima a preços acima dos praticados atualmente, mas Carvalho projeta uma normalização nos próximos trimestres. Em busca de aquisições que contribuam para seu ecossistema de inovação, a Randon, avaliada em R$ 3,9 bilhões na B3, mantém sua visão de liderança e crescimento no mercado.