Por Douglas Ferreira com infomações da ORPLANA
O relatório da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil – ORPLANA enfatiza os impactos significativos dessa situação desequilibrada nos produtores de cana-de-açúcar. O modelo Consecana, que aborda aspectos técnicos e econômicos da comercialização de cana, está impondo uma pesada defasagem aos produtores, que enfrentam prejuízos consideráveis em seus custos de produção. Essa realidade é sentida em todo o campo, independentemente do tamanho ou localização dos produtores.
Para os produtores de cana, a situação se traduz em um encerramento da safra com números negativos. O prejuízo chega a R$ 17,3 por tonelada, uma cifra expressiva que, considerando as 60 milhões de toneladas de cana na área de atuação da ORPLANA, representa um prejuízo coletivo superior a R$ 1 bilhão. É um desafio econômico considerável que afeta diretamente a sustentabilidade das operações dos produtores.
O estudo da ORPLANA, baseado em uma amostra abrangente, aponta para a urgência de revisar o Consecana, um modelo que, claramente, não está mais funcionando em benefício dos produtores. A falta de remuneração adequada é evidente, e a incapacidade dos produtores em financiar suas atividades agrícolas é uma realidade preocupante. Em um contexto em que uma parcela significativa dos contratos não oferece incentivos, a revisão do Consecana torna-se uma necessidade imperativa para equilibrar essa defasagem de remuneração.
Além disso, a ORPLANA destaca a preocupação com a falta de equilíbrio econômico entre os produtores de cana e as usinas. Os números revelam que as unidades sucroenergéticas estão obtendo receitas substanciais, enquanto os produtores enfrentam prejuízos significativos por tonelada de cana produzida. Essa disparidade econômica é clara e demonstra a necessidade de uma revisão urgente do Consecana para restaurar a equidade e garantir que os produtores possam manter suas atividades de forma sustentável.