Por Douglas Ferreira
Assim como a Amazônia, ou parte dela, o Pantanal Sul-matogrossense, enfrenta uma série de queimadas. A região marcada grandes áreas pantanosas arde em chamas. Pouco ou nada se tem visto na grande mídia, mas o fato é que o fogo vem devastando a vegetação e a fauna pantaneira.
O Pantanal volta a sofrer com mais uma temporada de fogo em 2023. Até novembro deste ano, 947.025 hectares do bioma que se espalha por Mato Grosso do Sul e Mato Grosso já foram consumidos pelas chamas. A área devastada é equivalente a quase oito vezes do tamanho da capital carioca, Rio de Janeiro.
O governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência em cinco municípios devido aos incêndios que assolam a região do Pantanal. Desde a última sexta-feira, foram registrados 816 focos de fogo em quatro cidades. O decreto, assinado pelo governador Eduardo Riedel (PSDB), suspende licitações pelos próximos 90 dias em casos que possam acarretar prejuízo, comprometimento de serviços públicos, ou ameaça à segurança de pessoas e bens públicos ou particulares nas cidades de Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho.
A suspensão de licitações é aplicável apenas a obras e serviços a serem concluídos no prazo máximo de um ano. O governo destaca que a região enfrenta “alerta máximo” devido à atual onda de calor e baixa umidade, citando temperaturas acima de 42ºC em Porto Murtinho e Corumbá, conforme dados meteorológicos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação.
Em todo o Brasil, 2.707 municípios estão sob alerta máximo devido à forte onda de calor que afeta o país, representando quase metade das 5.565 cidades brasileiras, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com incêndios também atingindo a Amazônia, o governo federal reconheceu que a estrutura de combate ao fogo no país é insuficiente, mas não anunciou novos reforços para a floresta.
Para o Pantanal, o Ministério do Meio Ambiente afirmou ter enviado mais brigadistas (mas não informa quantos) e prometeu reforço de aeronaves. A seca agravada pelo El Niño no segundo semestre já era projetada pela comunidade científica internacional, e o fogo já devastou uma área equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo, conforme o SOS Pantanal. O presidente do Instituto Homem Pantaneiro, Angelo Rabelo, destaca a necessidade de uma estrutura de combate a incêndios adequada e uma agenda de equilíbrio para preservar os diferentes biomas.