Por Wagner Albuquerque
O Itaú BBA expressa otimismo sobre as perspectivas de Nubank e Mercado Livre, destacando a sólida posição dessas empresas em clientes, serviços e portfólio. Em meio a um cenário de custo de capital mais elevado, o mercado tem respondido positivamente à habilidade de ambas em gerar lucros, sem comprometer o crescimento, um aspecto valorizado pelos investidores, conforme relatório assinado por Thiago Macruz e Pedro Ladu.
Segundo o Itaú BBA, o Nubank, já o quarto maior banco em número de clientes, deverá alcançar um lucro de US$ 2 bilhões em 2024. No período de janeiro a setembro de 2023, o banco registrou um lucro líquido de US$ 669,6 milhões. Os analistas destacaram o crescimento previsto de cerca de 80% na receita do banco digital em 2023, assim como o aumento de 15% na participação do TPV de cartões no país, e um incremento de 20% na originação de empréstimos pessoais.
Quanto ao Mercado Livre, focado no ganho de participação de mercado, a projeção é de um lucro líquido de US$ 1 bilhão. Em 2022, a empresa mais que dobrou o valor reportado e, para 2023, a expectativa é atingir cerca de US$ 1 bilhão em lucros, conforme o relatório, que ainda aguarda os resultados do quarto trimestre.
O Itaú BBA estima um aumento de 38% na receita total do Mercado Livre e projeta que, no longo prazo, os lucros combinados de Nubank e Mercado Livre poderão exceder em 50% até 2026. A revisão das estimativas leva o Itaú BBA a prever um desempenho superior das ações em comparação com as estimativas anteriores.
As ações do Nubank estão cotadas em torno de US$ 8,96, com um preço-alvo para 2024 de US$ 12, enquanto as ações do Mercado Livre atualmente valem US$ 1.736, com um preço-alvo projetado de US$ 2.106.
O relatório do Itaú BBA destaca que a qualidade do crédito pode evoluir de um fator negativo para a indústria para um fator favorável em 2024, impulsionada pela perspectiva de inflação mais baixa, mercados de trabalho mais saudáveis e taxas de juros mais baixas, contribuindo para reduzir a alavancagem das famílias. Ambas as empresas, Nubank e Mercado Livre, estão expostas à parte mais cíclica do crédito ao consumidor.