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Publicado em: 4 março 2024 às 08:29 | Atualizado em: 4 março 2024 às 09:31

Produção de energia limpa cresce mais que consumo, e Brasil 'joga fora' excesso; entenda

Por Douglas Ferreira com informações G1

Parque de energia eólica – Foto: Reprodução

O Brasil se encontra em uma situação paradoxal: embora produza energia renovável em excesso, ainda recorre a usinas termelétricas mais caras e poluentes para suprir a demanda nos momentos de pico. Esse cenário resulta em custos adicionais para o consumidor e desafios operacionais para o sistema.

De acordo com projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em 2028, a demanda de energia no Brasil atingirá 110,98 gigawatts, enquanto a oferta poderá alcançar 281,56 gigawatts até o final de 2027. Isso significa que a oferta excederá a demanda em 2,5 vezes. Esse excedente de capacidade poderia iluminar mais de 1 milhão de residências por ano, dependendo da fonte de energia.

Apesar de aparentemente vantajosa, essa situação de oferta excessiva traz consigo desperdício e aumento de custos. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) precisa limitar a geração de energia excedente, o que pode ser feito desviando água de usinas hidrelétricas ou deixando de utilizar plenamente fontes como solar e eólica.

O desperdício de recursos naturais para a geração de energia é uma realidade preocupante, especialmente considerando que o excedente de energia renovável ocorre durante o dia e diminui no início da noite. Como resultado, o ONS se vê obrigado a acionar usinas termelétricas nos momentos de maior demanda, aumentando assim a dependência dessas fontes mais caras e prejudiciais ao meio ambiente.