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Publicado em: 13 dezembro 2023 às 11:27

Presidente da Guiana avisa que "não pretende discutir questão de Essequibo com Maduro"

Por Douglas Ferreira

Ali argumenta que a resolução da fronteira terrestre não é tema para discussões bilaterais – Foto: Reprodução

A tensão persiste entre Guiana e Venezuela, e as esperanças de um entendimento durante o encontro de países caribenhos foram frustradas. O presidente guianense, Irfaan Ali, em uma carta enviada aos líderes, incluindo Nicolás Maduro, deixou claro que não está disposto a discutir com o ditador venezuelano sobre Essequibo. Assim, a resolução da questão está distante. Há indícios de que o ditador planeja invadir a Guiana, visando apropriar-se de 70% do território guianense. O encontro entre os dois está agendado para esta quinta-feira (14) durante um encontro da Comunidade do Caribe (Caricom).

A carta, dirigida ao primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, com cópias para Maduro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a presença de Ali no evento estava programada antes da proposta de reunião com Maduro e que não planeja discutir a questão de Essequibo.

Ali destacou que a resolução da fronteira terrestre não é tema para discussões bilaterais, pois foi devidamente resolvida pelo Tribunal Internacional de Justiça. O tribunal havia decidido no início do mês que a Venezuela deveria se abster de qualquer ação que pudesse alterar a situação do território de Essequibo.

O presidente guianense listou vários fatores que garantem a autonomia do território da Guiana, refutando as alegações de Maduro sobre a área de descoberta de petróleo. Ele ressaltou que todos os blocos de petróleo estão localizados dentro das águas da Guiana, conforme estipulado pelo direito internacional.

A carta rebateu as acusações de Maduro sobre a interferência dos Estados Unidos na questão de Essequibo, enfatizando o direito soberano da Guiana de cooperar com parceiros bilaterais, sem apoiar a intervenção nos assuntos internos de outros Estados.

Irfaan Ali finalizou reafirmando seu compromisso de dialogar com Maduro, agradecendo aos países mediadores, incluindo o Brasil e membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Ele expressou estar disposto a discutir qualquer aspecto que contribua para a melhoria e fortalecimento das relações entre os dois países.