O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, comunicou neste sábado (29) que o filho mais velho dele, Nicolás Petro, foi preso sob acusação de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Isso em meio a um escândalo relacionado à campanha presidencial.
Em uma declaração pelo Twitter, Petro expressou sua dor “ao ver seu filho enfrentar um processo legal e os desdobramentos negativos que isso acarreta”. O chefe de Estado, agora renomeado como X na plataforma, compartilhou a notícia impactante com seus seguidores.
Daysuris Vásquez, ex-esposa de Nicolás, acusou publicamente o ex-companheiro de ter recebido significativas quantias de dinheiro de narcotraficantes e contrabandistas em 2022, durante o período eleitoral presidencial. Em suas declarações à mídia local, ela revelou que duas pessoas envolvidas com o narcotráfico teriam feito doações em dinheiro para a campanha do ex-sogro, Gustavo Petro, além de alegações de outros atos supostamente corruptos.
As acusações têm causado agitação no cenário político do país e reforçam a importância da transparência e da integridade no processo eleitoral e na gestão governamental. O caso coloca em evidência a necessidade de investigações minuciosas para apurar as alegações de corrupção, garantindo que a justiça seja plenamente cumprida.
O presidente Gustavo Petro, enfrentando o dilema pessoal de ter um filho envolvido em um caso criminal, também enfrenta a pressão de liderar o país diante desse escândalo. É fundamental que o Sistema Judiciário atue de forma imparcial e rigorosa. E assegure que todos os envolvidos sejam julgados justamente, independente de sua posição ou filiação política.
Esse episódio serve como um alerta para a importância da ética e da responsabilidade no exercício da política e da administração pública, reforçando a necessidade de medidas preventivas para combater a corrupção e assegurar a confiança dos cidadãos nas instituições governamentais.
O narcotráfico e o financiamento de partido de esquerda na América Latina
Entretanto o envolvimento de políticos colombianos em esquemas criminosos de corrupção e envolvimento com o narcotráfico já não assusta, nem incomoda a sociedade daquele país. Raro mesmo é encontrar um líder nacional que não tenha não esteja envolvimento com o Foro de São Paulo e suas implicações com narcotraficantes, uma vez que as próprias Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia FARCS, fariam parte da organização.
Veja, em junho de 1994 o jornal Folha de São Paulo divulgava matéria que denunciava o envolvimento do então presidente eleito da Colômbia, Ernesto Samper, de ter recebido dinheiro do narcotráfico para sua campanha. Na época a imprensa colombiana divulgou telefonemas entre o jornalista Alberto Giraldo e os líderes do cartel de Cali sobre dinheiro para as campanhas eleitorais.
Além de Samper, há alusões ao candidato conservador Andres Pastrama e a Manuel Maza Marques, que apoiou Samper no segundo turno. Os três negaram. Entenda que o narcotráfico financia todos os candidatos na Colômbia.
Os cartéis de drogas estão enraizados na política colômbiana há décadas. O presidente Petro disputou a presidência sob a acusação de patrocínio dos narcotraficantes. Ano passado, ele criticou, na Assembleia-Geral das Nações Unidas – ONU, a guerra às drogas.
“O culpado do vício em drogas não é a selva, é a irracionalidade de sua potência mundial”,
disse o presidente Petro.
O presidente colombiano falou em um discurso apaixonado criticando a guerra às drogas e as formas de erradicar o cultivo ilícito, ao mesmo tempo em que defendia o meio ambiente.
“Ao esconder a verdade, eles verão a selva e as democracias morrerem. A guerra às drogas falhou. A luta contra a crise climática falhou”, disse Petro.
O tese de que o narcotráfico sul americano patrocina governo na região do Mercosul ganhou mais visibilidade após a prisão do ex-general Venezuelano Hugo Carvajal, na Espanha. Há 10 dias ele foi extraditado para os Estados Unidos.
Carvajal denuncia o financiamento de campanhas de partidos de esquerda com petro-dólares na maioria dos países da América Latina, inclusive, na Colômbia e no Brasil.
Por Douglas Ferreira