A Petrobras anunciou aumento do diesel e da gasolina em agosto. Impacto maior será sobre hortaliças, pois frete representa até 50% do custo operacional de produtores
A projeção de um aumento de 8% nos preços dos alimentos em setembro devido ao aumento nos combustíveis, conforme previsto pela Associação Brasileira de Supermercados – Abras, é uma notícia alarmante que preocupa profundamente o consumidor brasileiro, sobretudo, o nordestino. Esse impacto nos preços dos alimentos representa um desafio significativo para o orçamento doméstico das famílias e pode ter implicações sérias em termos de acesso à cesta básica.
Para a Abras o impacto maior está nos hortifrutigranjeiros. “São produtos de consumo diário que não têm estoque. Está previsto um aumento em torno de 5 a 8%. Então, a tendência é que esses produtos tenham esse repasse de preço durante o mês de setembro”, disse o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
As carnes, laticínios e alimentos industrializados também devem ser impactados pelo reajuste dos combustíveis, mas de forma escalonada. Todos os aumentos, disse a Abras, vão ter efeitos na cesta de abastecimento dos lares.
De acordo com a Abras, o preço do frete para os produtores representa até 50% do custo operacional. O impacto no diesel e na pecuária acontece em três frentes: antes, dentro e após a porteira.
A relação direta entre o preço dos combustíveis e o custo dos alimentos é um reflexo das complexas cadeias de abastecimento e logística que permeiam nosso sistema econômico. Os combustíveis são essenciais para o transporte de produtos agrícolas das fazendas para os mercados consumidores, bem como para a distribuição de alimentos pelos supermercados. Portanto, qualquer aumento nos preços dos combustíveis acaba sendo repassado ao consumidor final na forma de preços mais elevados nos alimentos.
A cesta básica, composta por itens essenciais como arroz, feijão, carne, leite e pão, é crucial para a nutrição e sobrevivência de muitas famílias brasileiras. Qualquer aumento significativo nesses produtos pode tornar ainda mais difícil, sobretudo, para as famílias de baixa renda equilibrar seus orçamentos, já sobrecarregados por outras despesas básicas, como moradia, saúde e educação.
Além disso, é importante observar que o aumento nos preços dos alimentos afeta desproporcionalmente as famílias de menor renda, que gastam uma parcela significativa de sua renda em alimentos. Essas famílias podem se ver forçadas a tomar decisões difíceis, como reduzir a qualidade de sua dieta ou cortar em outras despesas essenciais para compensar a elevação nos preços dos alimentos.
Para enfrentar essa situação, é vital que o governo e as autoridades competentes adotem medidas para controlar os aumentos nos preços dos alimentos e dos combustíveis E que fique claro, não estamos falando aqui em tabelamento preços.
Além disso, é necessário trabalhar para melhorar a eficiência das cadeias de suprimentos e logística de alimentos. De forma a minimizar os impactos dos aumentos nos custos de produção e distribuição.
Em última análise, o aumento dos preços dos alimentos não é apenas uma questão econômica, mas também uma questão de acesso a alimentos saudáveis e nutritivos para todas as camadas da sociedade. É fundamental que sejam tomadas ações para proteger o acesso dos consumidores a alimentos essenciais e para garantir a estabilidade econômica das famílias brasileiras.
No Piauí não há expectativa de aumento nos hortifrutigranjeiros
No Piauí, até agora, não há previsão de aumento nos preços dos alimentos. Pelo menos até o fechamento desta matéria o setor de supermercado desconhecia a tendência de reajuste no valor de produtos em função do aumento do preço dos combustíveis.
Segundo a empresária Van Fernandes, proprietária de uma das maiores redes de supermercado do Piauí e Maranhão, e também diretora da Abras, “os únicos produtos que tiveram aumento são os que estão na entre-safra e os produzidos na serra que trabalham com tabela semanal”.
Van Fernandes assegura ainda que “as folhagens estão com preço regular, fixo e não há citação de possível aumento de preço”.
Por Douglas Ferreira