Por Douglas Ferreira
Inesperadamente, o preço do gás de cozinha disparou de novo, atingindo um recorde histórico em 71 cidades brasileiras. Seis das 10 cidades com os custos mais elevado para o botijão encontram-se na região Norte do país.
A pergunta que se impõe é: como justificar um preço tão elevado? Por que o governo não consegue reduzir os custos do gás? Em meio a muitos brasileiros que dependem da caridade até para se alimentar, tornou-se paradoxal ter que lidar com um gás de cozinha tão caro. Essencial para muitos, o gás de cozinha agora se transformou em um item de luxo, de acordo com o Observatório Social do Petróleo.
Um recente levantamento divulgado pelo Observatório apontou que o preço do gás de cozinha superou a maior média nacional semanal do século em novembro, ultrapassando os 113 reais em 71 cidades brasileiras. A pesquisa se baseou em dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo. Na cidade de Tefé, no Amazonas, o botijão chegou a ultrapassar em quase 34% o recorde histórico, sendo comercializado a 152 reais para um vasilhame de 13kg de gás liquefeito de petróleo, tornando-se o preço mais alto do país.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros, Adaedson Costa, destaca a contradição da situação em Tefé, localizada a apenas 180 km do Polo Urucu, a maior reserva terrestre de gás natural do país. Ele ressalta que é preocupante que justamente nessa região a população seja obrigada a pagar os preços mais elevados. Alta Floresta e Sinop, ambos no Mato Grosso, vêm em seguida na lista das cidades com os maiores custos, vendendo o vasilhame a 145 e 138,63 reais, respectivamente.
A pesquisa revela que, na semana de 12 a 18 de novembro, o preço do botijão variou de 114 a 152 reais em 456 municípios brasileiros. Em 71 dessas cidades, os valores ultrapassaram a marca histórica que remonta a julho de 2001, quando a ANP começou a divulgar os preços do gás de cozinha.
Além disso, a lista dos 71 municípios acima do recorde do século inclui três cidades do Rio de Janeiro e três de São Paulo. No Rio, Macaé lidera com um custo de 123 reais pelo botijão, seguido por Itaguaí (121) e Angra dos Reis (114,84). Em São Paulo, Marília apresenta o maior custo do gás de cozinha, registrando 114,44, seguido por Itapeva (114,16) e Guarujá (114,09).
No Piauí, o consumidor está pagando o mesmo valor de São Paulo. Uma pesquisa feita por teleforne pela reportagem do Move Notícias, na tarde desta quarta-feira, 17, revelou que o preço médio praticado na capital Teresina gira em torno de R$ 115,00 o botijão de 13 kg.