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Publicado em: 1 fevereiro 2024 às 09:58

Policial é suspenso por 45 dias pelo abandono de Delegacia que resultou no furto de duas armas de fogo

Por Douglas Ferreira

Bandidos furtaram as armas e dispararam tiros de escopeta em via pública na cidade de Miguel Alves – Foto: Reprodução

Decididamente, algo está fora do lugar na Polícia Civil do Piauí, especialmente em suas Delegacias no interior do Estado. Entre as várias situações absurdas protagonizadas por policiais e escrivãos, o secretário da Segurança Pública, Chico Lucas, suspendeu um escrivão em Esperantina por 60 dias, após ser flagrado indo a um prostíbulo em uma viatura caracterizada. Agora, outro policial é suspenso, desta vez por 45 dias, por ter abandonado a Delegacia de Polícia de Miguel Alves, também no Norte do Estado por quatro horas, sem qualquer explicação, resultando no furto de duas armas de fogo. O agravante é que os criminosos utilizaram essas armas estaduais para cometer assaltos.

A discrepância nas penalidades chama a atenção. O furto das armas e seu uso em assaltos parece ser considerado mais grave aos olhos do leigo do que o uso indevido de uma viatura, mesmo assim, o servidor público enfrentou uma punição menos severa. Isso levanta questionamentos sobre possíveis práticas de dois pesos e duas medidas. O fato é que agentes públicos estão se envolvendo em condutas tão prejudiciais à sociedade quanto os criminosos, seja por ações diretas ou omissões.

O resultado desse comportamento é que, mesmo com o aumento do efetivo policial, fornecimento de armamentos, equipamentos e viaturas, pouco ou nada adiantará se o desvio de conduta persistir como uma prática comum na Secretaria da Segurança Pública do Piauí.

Quanto ao incidente em Miguel Alves, duas armas de fogo foram roubadas, sendo que apenas uma delas, uma carabina de calibre 40, foi recuperada. Segundo informações da Polícia Civil, essa arma foi utilizada em um assalto a um depósito de bebidas. Um vídeo registrando um grupo de homens atirando com a carabina nas ruas de Miguel Alves foi divulgado.

Posteriormente, o grupo entregou a arma a dois vigilantes locais, que a devolveram à Polícia Civil de Miguel Alves. O roubo das armas ocorreu em 20 de julho de 2023, quando um homem invadiu a delegacia. Já em 26 de julho, um suspeito foi preso no Maranhão, acusado de arrombar a delegacia e furtar as duas armas de fogo.