Por Douglas Ferreira
Enquanto o mundo procura alternativas para os combustíveis fósseis, o hidrogênio surge como uma opção viável tanto do ponto de vista de produção quanto ambiental. Nesse cenário, o Piauí se destaca ao buscar parcerias na Europa e no Japão para a produção local do chamado “hidrogênio verde”. Com condições ideais, impulsionadas pela substancial produção de energia renovável a partir do vento e da luz solar, o Estado se torna um terreno fértil para esse combustível. Mas o que exatamente é o hidrogênio verde, como é produzido e por que o Piauí oferece as condições ideais?
Segundo o governo estadual, uma empresa estrangeira está planejando instalar uma unidade de produção no litoral piauiense, prometendo gerar empregos e renda para a população com investimento de bilhões de reais. Nos últimos meses, o hidrogênio verde tem ganhado destaque no Brasil, especialmente no Nordeste, onde há uma crescente mobilização para atrair investimentos nesse setor.
No Piauí, a empresa europeia Green Energy Park fechou um acordo para investir cerca de R$ 50 bilhões na produção de hidrogênio verde, com a expectativa de iniciar a produção em 2026.
O que é o hidrogênio verde? O hidrogênio verde (H2V) é considerado o combustível do futuro. Semelhante a combustíveis fósseis como gás natural, carvão, diesel e gasolina, o diferencial é que, ao ser queimado, o hidrogênio produz apenas vapor d’água, não contribuindo para o aquecimento global. Ele recebe o epíteto de “verde” quando produzido com energia limpa, como solar e eólica, tornando-o ecologicamente amigável.
Como ocorre a produção de hidrogênio verde? A produção envolve o uso de eletricidade renovável, geralmente gerada por painéis solares ou turbinas eólicas. O processo, chamado de eletrólise da água, separa as moléculas de água (H2O) em oxigênio e hidrogênio. O hidrogênio resultante é capturado e armazenado para uso em diversas aplicações.
Quais são os benefícios do hidrogênio verde?
- Sustentabilidade: Produzido sem emissões de carbono, contribuindo para a preservação do meio ambiente.
- Versatilidade: Pode ser utilizado em transporte, indústria e geração de energia, substituindo combustíveis fósseis e promovendo a descarbonização.
- Geração de emprego: No Piauí, a produção de H2V deverá impulsionar a economia, gerando empregos e elevando o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.
Por que o Nordeste é mais viável para sua produção? A região Nordeste do Brasil possui abundância de recursos renováveis, como ventos fortes e intensa luz solar. Essas condições são ideais para a geração de eletricidade renovável necessária para a produção de hidrogênio verde. Estados como Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí buscam investimentos no setor, aproveitando as extensas áreas de terra e litoral que oferecem um enorme potencial para parques eólicos e usinas solares, tornando a produção economicamente viável. O Piauí, com seu compromisso e parcerias, posiciona-se na vanguarda dessa revolução verde, visando um futuro mais sustentável e limpo.
Primeira usina de H2V
A Unigel, uma das maiores indústrias químicas da América Latina, reconhecida por liderar setores como fertilizantes e amônia, está destinando um investimento de US$ 120 milhões (aproximadamente R$ 650 milhões) para a construção da primeira fábrica brasileira de hidrogênio verde, uma alternativa aos combustíveis fósseis. A planta, localizada em Camaçari no Estado da Bahia, será inicialmente a maior do mundo.