Por Douglas Ferreira
Assim como no mundo político, onde uma simples declaração pode desencadear consequências imprevistas, o mercado financeiro também é sensível e suscetível às palavras (ou ao silêncio) das autoridades, especialmente quando se trata de presidentes de empresas públicas que lidam com investidores privados. Um exemplo claro disso foi o impacto das declarações do presidente da Petrobras, Jean Paul Terra Prates, que causaram uma verdadeira comoção na empresa, resultando em prejuízos muito além do imaginado.
As declarações de Prates não apenas geraram uma agitação na empresa, mas também resultaram em perdas astronômicas no valor de mercado, totalizando nada menos que R$ 30 bilhões. Este cenário desencadeou uma ação exigindo que Prates seja responsabilizado por esse colossal prejuízo.
O deputado federal Evair de Mello (PP/ES) planeja protocolar uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), responsabilizando o presidente da Petrobras pela perda de R$ 30 bilhões no valor de mercado da empresa. Isso decorre de uma declaração sobre a ‘redução dos dividendos devidos aos acionistas brasileiros ou estrangeiros’, uma fala que desvalorizou a petroleira, provocou uma queda abrupta na bolsa de valores e resultou em uma significativa fuga de investidores da estatal.
A representação pode solicitar à Justiça que Jean Paul Prates seja condenado a restituir à empresa, as perdas bilionárias de R$ 30 bilhões. Dinheiro que desapareceu da Petrobras em apenas um dia, como consequência direta de sua declaração infeliz e impensada.
A estatal tentou minimizar a repercussão negativa das palavras de Prates, afirmando que “ainda não há decisão sobre dividendos”. Mas, o estrago já estava feito. Esta situação traz à tona questões relacionadas à Lei das Estatais, que originalmente visava evitar que gestores como Prates ocupassem cargos de liderança em empresas públicas. No entanto, esse ‘freio’ foi diluído pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelas mãos do hoje ministro da justiça, ex ministro Ricardo Lewanwoviski, abrindo margem para situações como essa.
Jean Paul Terra Prates, é ex-senador e ativista de uma vertente mais conservadora da esquerda brasileira. Ele parece estar enfrentando dificuldades desde que assumiu o cargo na estatal, demonstrando certo desamparo em sua gestão.