Por Wagner Albuquerque
Uma pesquisa da Sólides, empresa especializada em gestão de pessoas para pequenas e médias empresas (PMEs), revela que mais de 90% dos entrevistados acreditam que o desenvolvimento e a retenção de funcionários são responsabilidades compartilhadas por todos os gestores, e não apenas pela área de Recursos Humanos. Este dado é parte do Panorama Gestão de Pessoas Brasil, o maior levantamento do setor, baseado em entrevistas com 1.000 profissionais de diversas áreas e níveis hierárquicos. O estudo será lançado na quarta-feira, 24, em São Paulo.
Segundo Távira Magalhães, CHRO da Sólides, é essencial que a gestão de pessoas ultrapasse os limites do RH e seja uma estratégia integrada por todos os líderes dentro das organizações. “Em um país onde 97% dos funcionários têm uma liderança direta responsável pela sua gestão, esperamos que o Panorama Gestão de Pessoas Brasil ofereça insights valiosos e promova a integração da gestão de pessoas como um pilar estratégico”, afirmou Magalhães.
A pesquisa também destaca a disparidade salarial e de cargos entre homens e mulheres nas empresas. Os dados mostram que homens recebem, em média, 21,6% a mais que as mulheres. Essa diferença é ainda maior em cargos operacionais, chegando a 33,2%, enquanto em cargos de gestão a diferença é de 17,3%. Além disso, as mulheres continuam sub-representadas em posições de liderança, ocupando apenas 40% dos cargos de gestão, em contraste com 60% ocupados por homens.
Outro dado relevante é que 40% das empresas planejam aumentar seu quadro de funcionários em 2024, refletindo um otimismo do empresariado brasileiro. Menos de 15% das empresas pretendem reduzir o número de colaboradores. Este cenário otimista contrasta com a alta taxa de rotatividade no Brasil, que é a maior do mundo, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). A pesquisa da Sólides mostra que 60,5% dos líderes acreditam que o desenvolvimento e a retenção de funcionários são responsabilidades coletivas. Além disso, o estudo aponta que a utilização de ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, ainda é baixa, com apenas 2 em cada 10 profissionais utilizando IA no trabalho, apesar de 87,9% dos profissionais de RH reconhecerem seu valor.
