Por Douglas Ferreira com informações do Estadão
Em uma entrevista ao Estadão, Paulo Picchetti, diretor do Banco Central, expressou sua preocupação com a taxa Selic. Como Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Picchetti enfatizou a importância da cautela neste momento.
Ele destacou que uma abordagem mais flexível na condução da política monetária pode ajudar a reduzir a taxa de juros para um nível mais baixo ao final do ciclo. Em sua primeira entrevista exclusiva desde que assumiu o cargo, Picchetti ressaltou a necessidade de “ir mais devagar para chegar mais longe”.
Picchetti alertou que, caso haja divergências na decisão do colegiado, serão utilizados argumentos técnicos. Ele mencionou que muitos analistas acreditam que isso pode ocorrer em junho, após a redução do forward guidance pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Com formação em economia pela Universidade de São Paulo e Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois, Picchetti foi professor na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP), antes de ser indicado para a diretoria do Banco Central.
Embora seu nome tenha sido apontado como possível sucessor de Roberto Campos Neto na presidência do banco, Picchetti afirmou que não há evidências de que ele ou qualquer outra pessoa seja um candidato à sucessão.
Picchetti também abordou questões relacionadas à inflação e ao cenário fiscal, enfatizando a importância de uma abordagem técnica na condução da política monetária. Ele destacou que a incerteza sobre a condução da política monetária não deve ser interpretada como interferência política, e que o Banco Central permanece comprometido com o cumprimento da meta de inflação.
Por fim, Picchetti mencionou que ainda é cedo para avaliar o impacto do Fed e do desempenho recente do real na política monetária local, destacando que essas questões estão entre as incertezas que precisam ser monitoradas com cautela.