Por Douglas Ferreira
A crise nas companhias aéreas brasileiras é notória, com passagens caras e a taxa de bagagem levando os passageiros a evitar viagens de avião, resultando em uma contração significativa do setor. Diante desse cenário desafiador, as empresas optaram por deixar a concorrência de lado e uniram esforços para superar a crise. Cada uma delas desenvolveu individualmente um plano estratégico para enfrentar a queda nas vendas de passagens, apresentando oficialmente essas propostas ao governo Lula.
Azul, GOL e Latam revelaram iniciativas destinadas a reduzir os custos de transporte para os consumidores. As estratégias incluem a disponibilidade de reservas de passagens a preços mais acessíveis para compras antecipadas, isenção de taxa de despacho de bagagem para compras de última hora e um aumento na oferta de assentos. As propostas entrarão em vigor em 2024, e algumas delas incluem:
- Azul: Disponibilizará 10 milhões de passagens por até R$ 799 para compras com antecedência de até 14 dias, com despacho gratuito para quem comprar em cima da hora.
- GOL: Oferecerá 15 milhões de passagens por até R$ 699 para compras antecipadas de até 14 dias, promoções semanais com voos entre R$ 600 e R$ 800 durante a semana, e isenção de despacho de bagagem para compras de última hora.
- Latam: Iniciará uma campanha educativa sobre a compra planejada de passagens aéreas, promoções semanais com um destino abaixo de R$ 199, atualização do programa de fidelidade e um aumento na oferta de assentos em 3 milhões.
Durante a apresentação, os executivos destacaram que essas medidas representam um gesto do setor privado, buscando a colaboração do governo na solução de problemas estruturais, como a alta judicialização, o custo do combustível de aviação e as dificuldades de acesso ao crédito pelas empresas.
Apesar de anunciado como a primeira etapa do Programa de Universalização do Transporte Aéreo, não foram fornecidos detalhes sobre as eventuais próximas etapas ou um horizonte para o desdobramento do programa. O ministro Silvio Costa Filho afirmou que os efeitos das propostas para a redução dos preços das passagens serão avaliados ao longo de 12 a 24 meses. O próximo passo do programa envolverá a resolução dos problemas estruturais, com o ministro buscando diálogo com o Poder Judiciário para reduzir a judicialização do setor e colaborando com outros ministérios para propor reduções no preço do combustível junto à Petrobras.