A ideia do Paraguai em se posicionar como a “China do Brasil” é uma proposta ambiciosa e intrigante, que envolve vários aspectos econômicos, políticos e comerciais. Vamos aprofundar essa questão:
1. Substituição das Importações Chinesas: O Paraguai busca aproveitar a mão de obra relativamente mais barata em comparação com a China para produzir bens que atualmente são importados pelo Brasil. Isso envolve a ideia de se tornar um fornecedor competitivo para o mercado brasileiro, reduzindo a dependência das importações chinesas. A estratégia visa aprimorar a balança comercial do Paraguai e fortalecer os laços econômicos com o Brasil.
2. Liderança de Santiago Pena: O presidente Santiago Pena e seu principal assessor, Carlos Fernàndez Valdovinos, desempenham papéis-chave na concepção e implementação desse projeto. Eles têm uma visão clara de como alavancar os recursos e a força de trabalho do Paraguai para alcançar esse objetivo ambicioso.
3. Viabilidade do Projeto: A viabilidade do projeto depende de diversos fatores, como a capacidade de atrair investimentos estrangeiros, desenvolver infraestrutura, melhorar a logística, garantir um ambiente de negócios favorável e manter a estabilidade política. Além disso, o Paraguai deve ser capaz de competir em qualidade e preço com os produtos chineses.
4. Impacto no Brasil: Se o Paraguai conseguir substituir com sucesso as importações chinesas para o Brasil, isso poderia ter várias implicações para a economia brasileira. Poderia potencialmente reduzir os custos de importação, aumentar a diversificação de fornecedores e fortalecer os laços comerciais entre os dois países. No entanto, também pode criar concorrência para setores da indústria brasileira que atualmente fornecem esses produtos.
5. Reação da China: A China, como uma potência econômica global, tem várias opções de resposta caso veja o Paraguai como uma ameaça à sua posição como principal fornecedor do Brasil. Isso inclui a possibilidade de impor sanções comerciais, embora tal ação possa ter implicações negativas para as relações comerciais mais amplas entre a China e a América do Sul.
Em resumo, a iniciativa do Paraguai de se tornar a “China do Brasil” é um projeto ambicioso que pode trazer benefícios econômicos para ambos os países, mas também levanta questões sobre competição, geopolítica e possíveis reações de outras nações, como a China. O sucesso desse empreendimento dependerá da capacidade do Paraguai de implementar efetivamente suas estratégias e superar os desafios que surgirão ao longo do caminho.
O Paraguai deu um salto na última década
O Paraguai hoje é outro bem diferente do que conhecíamos há 30 anos. Foi-se o tempo em que o país era conhecido apenas pelos produtos falsificados e eletrônicos baratos. O Paraguai fez a lição de casa, arrumou a carga tributária, vê seu PIB crescer e mantém a inflação sob controle. Por tudo isso despontou como ‘menina dos olhos’ de investidores, inclusive os brasileiros que instalam suas empresas e até mineram bitcoins por lá. De ‘primo pobre’ da América do Sul, o Paraguai viu a economia se fortalecer e hoje está mais confiável do que o Brasil para os investidores.
Mas entenda, esse avanço paraguaio não aconteceu da noite para o dia. Foi necessário mudar. E as mudanças se intensificaram a partir de 2013. Ainda, na gestão do Horacio Cartes. Ele assumiu a presidência do país prometendo fazer uma ‘administração empresarial’. E deu certo. Hoje o Paraguai colhe os frutos e o novo presidente promete ousar ainda mais.
Por Douglas Ferreira