Por Douglas Ferreira
O “G20 Social” em Teresina parece ser mais uma encenação do que um encontro legítimo. Moradores de áreas como São Joaquim, Mafrense e Vila Mocambinho expressaram sua indignação em protestos na Avenida Marechal Castelo Branco, criticando as políticas sociais, de saúde e segurança do governo estadual.
Os manifestantes exibiram placas denunciando a fome, a crise na saúde e até mesmo a influência do crime organizado no Piauí, enquanto questionavam a retórica do governador estadual sobre a situação do Estado. “A gente passando fome e o governador dizendo que o Piauí está bem. Isso é um absurdo”, declarou Cláudia Moreira, residente do São Joaquim, empunhando uma placa que dizia: “G20 o Piauí passa fome”.
Um dos protestos mais veementes veio do Sindicato dos Urbanitários, criticando a suposta política neoliberal do governo Rafael Fonteles, que contrasta com a posição do PT em São Paulo contra a privatização do saneamento. O presidente do sindicato, Francisco das Chagas Marques, destacou, “isso é uma grande contradição entre os ideais do PT e a prática do governo piauiense”.
O professor Geraldo Carvalho, do PSTU, foi ainda mais longe, rotulando o G20 Social como ‘um evento midiático sem eficácia real para resolver os problemas cotidianos dos trabalhadores e dos pobres do Piauí’. Ele argumentou que “o encontro não aborda os problemas reais da sociedade e pode até piorá-los”.
Os manifestantes também expressaram indignação com a suposta representatividade do encontro, chamando-o de “fake”. Eles observaram a ausência de representantes dos países mais ricos do mundo e dos organismos internacionais que compõem o verdadeiro G20. Bem como a ausência da mídia nacional e internacional. Até mesmo o presidente Lula, idealizador do evento, não compareceu.
Em última análise, ficou evidente que o encontro foi promovido pelo governo do Piauí e financiado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, liderado pelo ex-governador José Wellington Barroso de Araújo Dias. Esta escolha levanta questões sobre a eficácia e a legitimidade do evento, especialmente considerando os persistentes problemas sociais e humanos do Estado sob o comando de um líder político com histórico controverso.
