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Publicado em: 19 julho 2023 às 16:31 | Atualizado em: 19 julho 2023 às 16:32

Pai e avós de bebê que teria sido morto em ritual viram réus e vão a júri popular

O juiz decidiu pela absolvição da mãe da criança, Ângela Valéria; sete pessoas, entre os pais e os avós da criança, foram indiciadas pela morte da criança

O pequeno Weslley Carvalho Ferreira — Foto: Divulgação

Crime em família. O pai e os avós paternos de Weslley Carvalho Ferreira, o bebê de um ano e 10 meses, que teria sido morto em um ritual, vão a júri popular. Eles responderão pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. A decisão foi proferida nessa segunda-feira (17), pelo juiz Ulysses Gonçalves da Silva Neto, da Comarca de Altos, município da Grande Teresina.

O juiz decidiu, entretanto, pela absolvição da mãe da criança, Ângela Valéria. Outras sete pessoas, entre os pais e os avós da criança foram indiciadas pelo homicídio do pequeno Weslley Ferreira. O bebê teria sido morto, em dezembro de 2021.

De acordo com o advogado de defesa, Smailly Carvalho, a mãe, Ângela Valéria, foi absolvida por falta de provas e indícios de participação dela no crime. O advogado disse ainda que, vai recorrer do pronunciamento ao júri do pai e dos avós paternos.

“Vamos recorrer da decisão. O pai e os avós deveriam ser absolvidos também. A polícia não trouxe nenhuma prova que houve um crime de homicídio. Poderia ter sido o sequestro ou adoção que não foram investigados. Não acreditamos que a criança morreu em um ritual ou queimada, são inexistentes as provas dessas versões”, asseverou Smailly Carvalho.

Ao todo, 11 pessoas foram presas pela morte do bebê Weslley Ferreira. Os pais da criança foram os últimos a serem soltos. Desde outubro do ano passado, eles cumprem medidas cautelares.

Réu confesso

Durante a investigação, a família informou que a criança morreu durante um ritual e o corpo foi jogado em uma caieira (forno raso, cavado no chão, para a produção de carvão), em um sítio na cidade de Altos. Em depoimento, o pai confessou ter cremado o próprio filho, logo após o bebê desmaiar nos braços da mãe, porque estava há duas semanas sem se alimentar.

Entenda o caso

Em 9 de fevereiro de 2022, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – DPCA, abriu um inquérito para apurar o desaparecimento da criança. A primeira versão apresentada pela família, era a de que a criança teria sido sequestrado no Centro de Teresina, no dia 29 de dezembro de 2021.

Essa hipótese, fantasiosa, foi logo descartada pela polícia que, pediu a prisão dos pais e dos avós paternos do bebê. Isso por conta das irregularidades e inconsistências nos depoimentos deles.

A segunda versão, também absurda e irreal, contada pela mãe de Weslley, foi a de que o menino teria caído em um poço onde os pais moravam. Segundo ela, o marido e os sogros presenciaram o acidente. Mas essa hipótese foi investigada e também descartada pela polícia.

A avó materna de Weslly Ferreira, Maria Lúcia, contou que a filha Ângela teria sido obrigada, pelos sogros ,a mentir sobre o desaparecimento da criança. Ângela contou o que de fato aconteceu. Ela narrou que o filho morreu nos braços dela, depois de participar de um ritual na casa dos sogros. Todos os participantes, inclusive o bebê, estavam há duas semanas sem se alimentar.

Ainda em fevereiro, do ano passado, policiais civis fizeram buscas por vestígios que pudessem ajudar nas investigações. Mas os restos mortais não foram encontrados. A diligência ocorreu em um sítio no Povoado São Bento, município de Altos.

Com informações do G1