Por Douglas Ferreira
O crime organizado e os golpistas não cessam de se reinventar, explorando constantemente novas brechas nos sistemas. Desta vez, o foco é a vulnerabilidade do sistema bancário, levantando sérias questões sobre como conseguem acessar e modificar dados de correntistas sem chamar a atenção de funcionários e do próprio sistema de segurança dos bancos.
Na manhã desta terça-feira, 18, a Polícia Federal deflagrou a Operação Avaritia em São Luís, um desdobramento de investigações sobre fraudes milionárias contra a Caixa Econômica Federal. A investigação começou após a própria instituição bancária comunicar às autoridades sobre um esquema suspeito.
Os criminosos identificavam contas de idosos com saldos elevados e sem movimentação (mas como isso é possíbel?), alteravam os endereços dos titulares, solicitavam novos cartões e mudavam as senhas das contas. Essas alterações permitiam o esvasiamento dos valores das contas para terceiros através de saques, compras, pagamentos e transferências, resultando em um prejuízo milionário, estimado em mais de R$ 5 milhões.
A operação mobilizou mais de 40 policiais, cumprindo 10 mandados de busca e apreensão, além de realizar o sequestro de bens e afastar cautelarmente quatro empregados da Caixa Econômica Federal. Há suspeitas de que funcionários da instituição estavam ativamente envolvidos no esquema, e os materiais apreendidos serão fundamentais para identificar todos os participantes (é como se diz, o crime organizado não prospera sem esta macumunado como ‘mecanismo’).
Esse episódio expõe não só a fragilidade dos sistemas bancários, mas também as lacunas na legislação penal e no próprio judiciário brasileiro. Frequentemente, criminosos são soltos rapidamente após audiências de custódia ou passam poucos dias na cadeia, o que claramente favorece a recorrência de tais crimes.
Se as suspeitas se confirmarem, os envolvidos poderão responder por organização criminosa, inserção de dados falsos, estelionato e lavagem de capital. No entanto, a crítica permanece: como conseguem os golpistas manipular dados tão sensíveis sem ser detectados? E, mais crucialmente, por quanto tempo o sistema continuará a ser vulnerável a tais ataques? E não custa perguntar: como ficam os correntistas lesados?
Esse caso específico ocorrem em São Luís do Maranhão, porém acontece nos 26 Estados e no Distrito Federal. Aqui mesmo, no Estado do Piauí, já ocorreram fraudes semelhantes.
A resposta talvez resida em uma reforma profunda do sistema de segurança bancária e um endurecimento das leis penais, para que crimes como estes sejam tratados com a severidade necessária. Só assim será possível desestimular a reincidência e proteger os correntistas de futuros ataques.