Por Douglas Ferreira
A atuação das Oranizações Não Governamentais – ONGs na Amazônia tem suscitado questionamentos, revelando práticas que ultrapassam os limites aceitáveis. De acordo com informações do IPEA, a região da Amazônia Legal abriga, atualmente, pelo menos 98 mil organizações não governamentais. Surpreendentemente, constatou-se a existência de uma entidade vinculada à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, onde ela é conselheira honorária, beneficiada com aproximadamente R$ 140 milhões em doações. O uso expressivo desses recursos, conforme denúncia veiculada pela Revista Oeste, concentrou-se majoritariamente em despesas com folha de pagamento, elevando-se a um montante considerável.
No período entre 2021 e 2022, o Instituto Socioambiental (ISA), uma ONG fundada por ambientalistas, incluindo o secretário-executivo João Paulo Capobianco do ministério de Marina Silva, recebeu as mencionadas doações provenientes de grupos internacionais, nacionais e do Fundo Amazônia. Destaca-se que, desses recursos, cerca de R$ 115 milhões foram direcionados para cobrir despesas relacionadas à folha de pagamento, serviços externos, consultorias, viagens e outras atividades, conforme documentação obtida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs.
Portanto, mais de 80% do montante recebido foi alocado na manutenção da estrutura do ISA. Os gastos detalhados revelam desembolsos significativos, com aproximadamente R$ 50 milhões destinados a despesas com pessoal e R$ 7 milhões em deslocamentos durante o período analisado. Nota-se que o site da instituição não fornece, de maneira clara, informações sobre o número de funcionários.
A CPI das ONGs também revelou, em 22 de novembro, que o presidente do Conselho Diretor do ISA, Márcio Santilli, possui uma empresa que presta consultoria à própria organização, sem divulgar os valores dos contratos. Santilli, ao ser confrontado com essa informação, evitou detalhar os processos seletivos, especialmente o vencido em outubro, relacionado ao ministério de Marina Silva. Desde então, o ISA atua na Comissão Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa, responsável por estratégias de combate ao desmatamento.
Este cenário de alocação de recursos, que se repete em outras ONGs, levanta questões sobre a eficácia e transparência na gestão dessas organizações, demandando uma análise mais aprofundada sobre a distribuição e aplicação dos recursos destinados à preservação da Amazônia.