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Publicado em: 1 novembro 2023 às 09:38 | Atualizado em: 1 novembro 2023 às 10:07

"Onças devoram mais de 100 animais em cinco meses no Piauí", denuncia criador

Mais de 100 animais já devorados por onças em pouco mais de cinco meses no PI – Foto: Matias Sales

Cresce o número de animais silvestres a rebanhos em alguns municípios do Piauí. Em Domingos Mourão, região Norte do Estado, os ataques de onças já vitimou pelo menos 100 animais. Só um criador teve quase metade do rebanho de 100 animais devorada por onça. A situação descrita pelo criador e pesquisador Matias Sales é preocupante e ilustra os desafios enfrentados por criadores de gado e caprinos na região Norte do Estado do Piauí, sobretudo devido à perda de animais para onças. Além disso, a escassez de vegetação devido à seca agrava a situação, tornando a sobrevivência do rebanho ainda mais difícil.

A explicação dada por Matias Sales, de que o desequilíbrio ambiental na região pode estar relacionado ao aumento das atividades de desmatamento para a implantação de projetos de energia solar e eólica, é uma hipótese plausível. O barulho e a perturbação causados por máquinas e equipamentos de construção podem afetar o habitat e os padrões de movimento da fauna local, levando os animais silvestres, como onças, a buscar outras áreas em busca de alimento e refúgio.

O pesquisador conseguiu registrar as pegadas das onças – Foto: Matias Sales

Para abordar essa situação, é importante considerar medidas para mitigar o conflito entre a conservação da vida selvagem e a atividade pecuária. Alguns possíveis passos a serem considerados incluem:

  1. Monitoramento da população de onças: Estabelecer programas de monitoramento da população de onças na região para entender melhor seus padrões de movimento e comportamento.
  2. Implementação de práticas de manejo de rebanho: Os criadores podem adotar práticas de manejo de rebanho, como a construção de cercas eficazes, a instalação de sistemas de proteção noturna para o gado e a adoção de cães de guarda para proteger os animais de predadores.
  3. Educação e conscientização: Promover a conscientização entre criadores e a comunidade local sobre a importância da conservação da vida selvagem e sobre como minimizar os conflitos com os animais selvagens.
  4. Conservação de habitats: Considerar a implementação de medidas de conservação de habitats naturais e reflorestamento para ajudar a restaurar ecossistemas e fornecer habitats adequados para a vida selvagem.
  5. Intervenções específicas: Em casos de ataques recorrentes, é possível buscar a assistência de autoridades ambientais locais para avaliar e, se necessário, tomar medidas específicas para proteger tanto os animais selvagens quanto o gado.

É importante que as autoridades, criadores, pesquisadores e grupos de conservação trabalhem juntos para encontrar soluções que equilibrem a proteção da vida selvagem com a subsistência dos criadores locais.

Redação Move Notícias com informações do G1