Por Wagner Albuquerque
Nos últimos anos, um novo termo tem ganhado destaque nas empresas ao redor do mundo: Burnon. Diferente do já conhecido Burnout, o Burnon descreve uma situação em que profissionais continuam produtivos apesar da exaustão extrema, operando no limite sem colapsar.
Criado pelos psicólogos Timo Schiele e Bert te Wildt, da clínica psicossomática em Kloster Dießen, próxima a Munique, o termo surgiu para descrever um estado de estresse crônico no trabalho onde as pessoas enfrentam demandas excessivas e pressão constante, mas ainda conseguem manter uma aparente produtividade. Enquanto o Burnout é caracterizado por exaustão, desempenho reduzido e distanciamento mental do trabalho, o Burnon, segundo Schiele, envolve uma conexão entusiástica e excessiva com o trabalho, muitas vezes manifestando-se como superexcitação.
Profissionais com Burnon podem parecer sempre eletrificados, cheios de compromissos e apaixonados pelo trabalho, mas essa fachada esconde um risco sério para a saúde física e emocional. Fatores como paixão pelo trabalho, carga excessiva, busca por reconhecimento, pressão por resultados e ambientes tóxicos contribuem para o desenvolvimento dessa condição. A prevenção do Burnon requer que tanto profissionais quanto empresas promovam um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, cultivem uma cultura de apoio e respeitem o bem-estar dos colaboradores.
Os sintomas do Burnon variam, incluindo cansaço extremo, irritabilidade, dificuldade de concentração, insônia, mudanças de humor, problemas de saúde física e isolamento social. Apesar de aparentarem funcionalidade, internamente esses profissionais enfrentam um desgaste profundo que pode levar a sérias consequências para sua saúde e bem-estar.
Os impactos são amplos, afetando a saúde física e mental, desempenho no trabalho e relacionamentos pessoais. Empresas com colaboradores sobrecarregados tendem a sofrer com aumento de absenteísmo, rotatividade e uma cultura organizacional prejudicada. Para prevenir o Burnon, empresas devem adotar práticas como estabelecer metas realistas, definir prioridades claras, promover líderes humanizados, oferecer programas de bem-estar, incentivar pausas regulares e proporcionar oportunidades de desenvolvimento profissional.
Essas medidas são essenciais para criar um ambiente de trabalho saudável e sustentável, prevenindo o Burnon e garantindo o bem-estar dos colaboradores.
Reflexões:
Para a empresa:
Como podemos garantir que nossos colaboradores se sintam apoiados e valorizados em seu ambiente de trabalho, promovendo equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional?
Para o profissional:
Como posso priorizar meu bem-estar emocional e mental, garantindo que estou cuidando de mim mesmo enquanto busco alcançar meus objetivos profissionais?