Por Douglas Ferreira
Hoje o cinema brasileiro despede-se de uma de suas figuras mais marcantes, o cineasta rebelde Paulo César Pereio, aos 83 anos. Conhecido por sua personalidade imprevisível e sua rebeldia incorrigível, Pereio faleceu neste domingo no Rio de Janeiro, após uma batalha contra uma doença hepática avançada. Ele estava sob tratamento e foi hospitalizado na madrugada do mesmo dia no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca.
Nascido em Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 19 de outubro de 1940, Pereio deixou sua marca em mais de 60 filmes. Ele colaborou com renomados diretores como Glauber Rocha, Hector Babenco, Arnaldo Jabor, Hugo Carvana e Ruy Guerra.
Inspirado pelo ícone americano Humphrey Bogart, Pereio era conhecido por sua voz marcante e sua presença cativante em cena. Sua trajetória no cinema brasileiro começou a ganhar destaque ao trabalhar com Ruy Guerra em “Os fuzis”. A partir daí, estabeleceu uma sólida carreira, contribuindo para o Cinema Novo e participando de filmes marcantes como “Terra em Transe” de Glauber Rocha e “O Bravo Guerreiro” de Gustavo Dahl.
Além do cinema, Pereio deixou sua marca nos palcos, atuando em peças de teatro por seis décadas, destacando-se em produções como “Roda Viva” e “As Bacantes”. Sua intensa dedicação às artes cênicas lhe rendeu o reconhecimento de seus pares e do público.
Apesar de sua personalidade forte e muitas vezes polêmica, Pereio era admirado por sua autenticidade e talento inegável. Sua vida e obra foram retratadas no documentário “Pereio, eu te odeio” (2023), dirigido por Tasso Dourado e Allan Sieber, que capturou as nuances de sua personalidade complexa e sua influência duradoura no cenário cultural brasileiro.
Com a partida de Pereio, o cinema brasileiro perde um de seus ícones mais queridos e talentosos, deixando um legado que continuará a inspirar gerações futuras. Sua presença será lembrada não apenas nas telas, mas também nos corações daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo e admirá-lo.