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Publicado em: 16 janeiro 2024 às 06:04 | Atualizado em: 15 janeiro 2024 às 19:05

NOVIDADE: Covid longa causa alterações na estrutura muscular, diz novo estudo

Por Douglas Ferreira com informações Metropoles

Descoberta ajuda a explicar por que pacientes diagnosticados com Covid longa têm piora no quadro de fadiga após praticar exercícios físicos – Foto: Reprodução

A Covid-19 está de volta, e não é para menosprezar. O número de casos no Brasil está em constante aumento, incluindo no Estado do Piauí. Uma rápida visita aos hospitais e clínicas da cidade é suficiente para constatar o aumento significativo de novos casos da doença. A peculiaridade desta fase é a manifestação de uma versão mais amena da Covid 19. No entanto, os especialistas alertam para um novo componente agregado a essa fase: a chamada Covid Longa.

Mas afinal, o que é a Covid Longa? Quais são os seus significados, sintomas e impactos na vida dos afetados? Existe tratamento?

Descubra mais sobre esse fenômeno:

Um novo estudo revela que a Covid Longa está associada a alterações na estrutura muscular. Essa descoberta ajuda a explicar por que os pacientes diagnosticados com Covid Longa experimentam uma piora na fadiga após a prática de exercícios físicos.

Pesquisadores do Instituto de Infecção e Imunidade de Amsterdã, na Holanda, analisaram biópsias musculares e amostras de sangue de 46 indivíduos, com média de idade de 41 anos. Destes, 25 foram diagnosticados com Covid Longa, enquanto 21 tiveram Covid, mas não desenvolveram a condição prolongada.

Os resultados indicaram que as pessoas afetadas pela Covid Longa apresentam alterações na estrutura muscular, o que explicaria a exacerbada fadiga crônica desencadeada pela atividade física. A síndrome da fadiga crônica (SFC), caracterizada por esgotamento de energia, fadiga profunda, distúrbios do sono, dor muscular, e outros sintomas, afeta aproximadamente metade dos pacientes com Covid Longa.

A pesquisa observou que, mesmo com esforços equivalentes, os participantes com Covid Longa produziram menos força muscular e consumiram menos oxigênio em comparação com voluntários saudáveis. Isso sugere que a condição reduz significativamente a capacidade de exercício. As amostras musculares revelaram uma predominância de fibras musculares glicolíticas de contração rápida no grupo da Covid Longa, indicando uma maior propensão à fadiga.

Além disso, os testes mostraram que os exercícios reduziram a função mitocondrial nos pacientes com Covid Longa, o que explica a capacidade reduzida para o exercício e danos ao tecido muscular durante o teste de esforço. As moléculas vitais para a glicólise, processo usado pelas mitocôndrias para fornecer energia, estavam em níveis mais baixos no plasma sanguíneo e no músculo, associando-as à Covid Longa.

Essas descobertas destacam a importância de abordagens cautelosas na concepção de estratégias de reabilitação para pessoas que sofrem com a Covid Longa. Enquanto ainda não há um tratamento específico, o foco atual está no controle dos sintomas e na gradual retomada das atividades diárias.