As fraudes na Previdência parecem ser uma questão persistente ao longo dos anos. E envolve tanto a ação de hackers quanto de servidores do órgão. Um dos casos mais notórios foi o da ex-advogada e procuradora previdenciária Jorgina Maria de Freitas, que fez parte de uma quadrilha que fraudou o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, de 1980 a 1990, tornando-se a maior fraudadora da Previdência da história.
Estima-se que o esquema chefiado por Jorgina de Freitas tenha causado um prejuízo de cerca de 2 bilhões de reais aos cofres da Previdência. O valor foi atualizado pela Advocacia Geral da União – AGU.
Recentemente, a Polícia Federal conduziu uma operação que resultou na realização de três mandados de busca e apreensão relacionados a uma investigação sobre benefícios previdenciários de auxílio-reclusão que foram reativados de forma fraudulenta. Essa investigação é um desdobramento de prisões em flagrante ocorridas em abril deste ano, quando duas pessoas foram detidas ao tentar sacar aproximadamente R$165 mil.
De acordo com as informações obtidas, o auxílio-reclusão teria sido solicitado sem a apresentação dos documentos necessários. E com a retroação de datas, resultando em pagamentos ilegais do benefício ao longo dos últimos cinco anos.
Além disso, há suspeitas de que matrículas e senhas de servidores do INSS tenham sido usadas indevidamente. Possivelmente por hackers, para reativar benefícios sem o devido processo administrativo.
A investigação também apontou o possível envolvimento de três indivíduos de Brasília, que teriam planejado e auxiliado na execução desse esquema fraudulento. Os investigados enfrentarão acusações de estelionato majorado e associação criminosa, além de possíveis outros delitos que possam ser identificados ao longo das investigações.
Por Douglas Ferreira